Lliverson Lleonardo
Caraca, chorei!
Me vi nessa história.
A história do cara é muito parecida com a minha até um certo ponto.
Termina de uma maneira melhor e de muito mais sucesso.
Porem a luta, os sonhos, a simplicidade, a família e forma de conducao, muito parecido.
Eu cresci na ZN de SP.
Com 19 anos, já certo que não poderia mais ficar mudando de juniores pra juniores, resolvi deixar o 'sonho'. Comecei a jogar tbem por dinheiro e sextas básicas. Jogava até 4 jogos por final de semana. Cobrava uma Cesta básica ou qq. Valor acima de 100reais por jogo. Deixava o valor aberto, para os caras fazerem um agrado e me darem algo mais.
Ou eu fazia isso, ou iria trabalhar pra ajudar minha mae sozinha a sustentar outras 6 irmas (pai falecido, tbem ex jogador da Ferroviaria de SP).
Fechei com ela, me permitia dar minha parte em alimentos que ganhava.
Morava no único barraco da rua, 2 comodos de madeira e um terreno enorme cercado com arames farpados. De frente, a viela com a boca de trafico e os tiroteios quase que semanais tbem. Eu escapei, muitos amigos não.
Em um desses jogos, me vem até mim 2 rapazes e mais o dono do time.
Me disseram que já estavam me olhando há 8 semanas, me seguiam sem eu saber. Me perguntaram se eu teria interesse de me mudar para a Holanda.
Eu disse sem pensar e de imediato, CLARO!
Levei os até a minha mae, eles não falavam portugues direito, mas conseguiamos decifrar. Eu disse; Mae me desculpa, mas é tudo ou nada. Eu juro que não esquecerei de vocês, por favor me libera.
Em 4 semanas estava eu embarcando para a holanda.
Não fiquei porque os empresarios pediram muito dinheiro pelo meu passe.
Dai pensei que já era, mas eles me levaram para a Alemanha.
Me preparei em um Clube da 3° divisão e fechei com outra, tbem da 3°.
Porem já de acordo com o Leverkusen. Joguei 2 anos no Clube, 2 Copas da Alemanha, contra Hamburgo e Mönchengladbach. Precisava terminar na verdade o 2° ano, o 3° estava acertada a ida para o Leverkusen.
Porem em um jogo em Berlin, contra o Herta Bsc Berlin (jogo contra irmaos Boateng, Nando Rafael, Alexander Madlung, Per Mertesacker) sofri uma lesão no joelho, de la pra ca foram 7 operacoes. Rompi todos os ligamentos e mais a rotula. Tentei voltar 3 vezes, mas o joelho não aguentou.
Fim de carreira, depressão ao último nível.
2 tentativas de suicidio, sai doando tudo o que tinha juntado até então, várias vezes encontrado caído ao chao, com convulsão e epilepsia, reflexos de depressão.
Por sorte, os primeiros salários em euros e muito satisfatório por sinal, tirei a minha mae la do barraco. Fiz algo para o futuro do meu filho aqui na Alemanha (com uma alema, tbem minha 1° e única desde que cheguei). Só não sabia que ele quem me ajudaria hoje. Ele tem 13 anos e joga no sub14 do Colonia, foi convocado essa semana pela primeira vez, pela 1° seleção alema (a partir dos 15). Eu retornei aqui a convite da mae dele pra ver lo, comecei visitar ele no sub10 quando o Clube me convidou pra integrar o Time de técnicos.
Passei a estudar com ajuda do Clube e me formei treinador aqui.
Meio que sem planejar, fiquei e 'reencontrei' a minha vida.
Infelizmente não terminei como o nosso querido Matheus, porem por um longo tempo uma história muito parecida.
Me desculpe se me enfiei onde não fui chamado com fatos particulares sobre a minha vida, mas foi impossível não sentir arrepiar e conseguir segurar as lágrimas. Foi uma simples descricao da história dele, mas que conseguiu tocar o fundo do meu coracao e o mais profundo da minha história.
E isso,
Bora Matheus, que Deus te abencoe e você tenha um fina muito mais feliz campeão!
#VaiCorinthians!
em Bate-Papo da Torcida > Um pouco mais sobre Matheus Matias: Ele não dirige, foge como pode...
Em resposta ao tópico:
Matéria do Yahoo, apesar de ser do Nicola é bem legal.
E trás que o Matheus já ganhou três quilos, precisa de no mínimo mais dois.
Ele não dirige, foge como pode das câmeras e microfones, nunca gostou de noitadas, namora a mesma menina desde os 15 anos de idade… O jeitão de Matheus, novo atacante do Corinthians, em nada se comparam com o perfil mais comum do jogador de futebol brasileiro. Mas o artilheiro do país na temporada já se acostumou a derrubar barreiras muito maiores do que o esteriótipo até chegar ao Parque São Jorge como reforço, em 10 de fevereiro.
'Meu pai sonhava em me ver jogando em um grande do país. Tanto que me deu o dinheiro que estava juntando para comprar uma casa para que eu pudesse fazer um teste na base do Cruzeiro”, relembra o potiguar, hoje com 19 anos de idade. “Foi minha única oportunidade em um time grande, mas não passei no teste”.
Willian, pai de Matheus, chegou a ser jogador de futebol profissional. Zagueiro viril, teve seus momentos de um pouco mais de destaque no Alecrim-RN e Vitória. “Mas ele precisou abandonar a carreira quando eu nasci, porque o futebol não estava dando dinheiro. A opção foi trabalhar vendendo peixe… e depois CD”, conta o atacante.
Por ironia do destino, apesar de todo esforço para ver o herdeiro alcançar a um clube grande, seu Willian faleceu bem antes de Matheus imaginar que seria contratado pelo atual campeão brasileiro.
O detalhe é que o Corinthians não foi o único interessado. “O Brasil todinho me queria”, diz, quebrando por alguns poucos segundos a timidez, que vem sempre acompanhada da voz baixa e respostas extremamente curtas. “Mas eu e meu empresário escolhemos o Corinthians, porque é o maior clube do país”, avalia, citando Diogo Silva, da Websoccer.
Matheus terminou 2017 no grupo composto por 97% dos jogadores brasileiros que ganham menos de um salário mínimo. Em outubro, quando foi promovido ao time principal do ABC, embolsava R$ 100 por mês – em alarmante crise financeira, o time de Natal teve de dispensar metade do elenco durante o Brasileiro da Série B após greve dos atletas. Foi nesse contexto, e com o time rebaixado à terceira divisão, que o centroavante ganhou as primeiras chances profissionais.
Antes disso, Matheus já vivia da bola, mas como peladeiro. “Eu passava o dia inteiro jogando. Tinha um moral no futebol amador de Natal”, confessa. O menino magricelo e fazedor de gols chegava a participar de jogos todo santo dia. “Numa semana excelente, cheguei a embolsar R$ 1.400. Mas era a exceção.”
Para reforçar equipes de futsal, society e até campo, Matheus tinha uma tabela de preço. “Em geral, cada jogo custava R$ 50. Quando era fora da cidade, saía por R$ 100. E, no interiorzão do estado, R$ 300. O pessoal ainda me buscava em casa, de carro, e devolvia depois.”
Os tempos de vacas magras ficaram para trás. O centroavante, que deve ser inscrito na semana que vem no Paulistão – e já está garantido na Libertadores -, assinou contrato de cinco anos com o Timão e ganha atualmente R$ 60 mil por mês – no último ano de vínculo, estará embolsando R$ 110 mil. “Quero muito dar um lar bacana para minha mãe e um futuro para minha irmã pequena”, afirma, citando dona Fátima e Nicole, de seis anos.
Uma das missões de Matheus até uma eventual estreia no mata-mata do Paulistão é ganhar peso: “Cheguei em São Paulo pesando 76 quilos e já estou com 79 quilos. O pessoal do Corinthians pediu para eu ficar com 81”, explica o atacante, que pela primeira vez na vida tem feito musculação.
Ainda assustado com a vida na cidade grande, Matheus conta com a ajuda de Diogo Silva e dos táxis. “Não tenho carta de motorista e não dirijo. Então, faço tudo o que preciso de táxi. Ainda bem que moro no Tatuapé, a 25 minutos do CT do Corinthians”, explica. “O Ralf também tem sido extremamente parceiro. Ele conversa comigo, dá dicas, orienta…”
O novo centroavante do Timão também é um romântico incorrigível. Ele passou a morar junto com sua esposa, Luana, poucos meses depois de conhecê-la – ambos tinham 15 anos de idade e estudavam na mesma escola. “Ela foi morar na minha casa, comigo e com meus pais.”
Com média de um gol por treino no Corinthians – ele chegou a marcar três na atividade desta terça-feira -, Matheus não tem Cristiano Ronaldo, Messi e companhia como ídolo. “Minha referência é o Wallyson, que tem uma história de vida bem parecida com a minha. Ele surgiu no ABC e conseguiu jogar em vários times grandes, como Cruzeiro, São Paulo. O legal é que o conheci agora, no ABC, e é um baita cara”, finaliza.