Jhonas Maia
Amigos e irmãos fiéis, alerta para texto longo.
Uma análise sobre a situação do Carille, fazendo um paralelo com a vida profissional de qualquer um.
Imagine que você trabalha em uma empresa totalmente instável em uma profissão ainda mais instável, onde seus clientes são totalmente volúveis. Você se dedica 10 anos nessa empresa, começando lá como estagiário e vai subindo até que alcança o posto mais alto possível para sua função.
Chegando lá, em pouco tempo produz resultados incríveis e até inesperados pelo tipo de estrutura que sua empresa fornece. Excede todas as expectativas possíveis. Maravilha, seus clientes estão extremamente satisfeitos.
Aí, estabelece um bom perfil de trabalho, administra sua função, prepara toda a matéria prima e faz planos de desenvolver novas estratégias e apresentar mais melhorias na linha de produção e ter um produto final ainda melhor do que o do ano passado.
Mas sua empresa tem uma administração obscura, não te dá apoio tampouco fornece as ferramentas necessárias, nem pra você desenvolver seus novos planos e, inclusive, se desfaz de maquinário essencial ao desenvolvimento do produto e resultados do ano anterior. E ainda diz: se vira com o que tem porque não temos dinheiro (ninguém sabe exatamente o porquê, afinal você gerou resultados maravilhosos e grande entrada financeira), te demos alguns equipamentos pífios, mas você já fez milagres uma vez, pode fazer de novo.
De repente, os resultados não surgem imediatamente e, seus clientes exigentes (mas totalmente leigos em sua função, apenas opinadores) se sentem mais inteligentes e capazes que você, começam a dar pitacos sobre sua atuação e as críticas surgem. Muitos, milhares desses clientes começam a pedir sua cabeça à presidência da empresa. Você consegue dar a volta por cima mais uma vez. E mostra extrema competência, gerando um novo produto ainda melhor, mesmo com a estrutura pífia lhe dada.
Surgem rumores de que, ao meio do ano, após um grande evento de exposição de produtores, novamente sua equipe e sua ferramentas (essenciais à execução do seu trabalho e para a produção de seu produto) podem ser vendidas - a preços absurdamente baixos - sem qualquer garantia de reposição, muito pelo contrário, com declarações do financeiro que a reposição pode não ser nem mesmo equivalente ao perdido, para suprir alguns rombos nas finanças da empresa (ninguém consegue comprovar, mas há grandes indícios de desvios).
E, você, que se mata há dez anos para alcançar seu posto, se desgastou nos últimos 18 meses para tirar leite de pedra e colocar o nome da sua empresa no posto mais alto do mercado de trabalho. Só que, sem apoio da presidência, pode perder tudo novamente e, mais uma vez, ter seu trabalho totalmente questionado. Ninguém garante que seu cargo será mantido, afinal até mesmo o presidente já disse há 10 meses nem mesmo saber quem era você.
Por mostrar seu valor, empresas de diversos lugares do mundo se interessam por você e começam a lhe atribuir valor e lhe oferecem empregos, com bonificações, promessa de estrutura superior, menor cobrança e, de quebra, um salário 3 (repito TRÊS) VEZES maior do que o que você ganha.
Diz pra mim, você negaria, apenas por sua paixão e, por acreditar que pode mais uma vez fazer milagres e, quem sabe, conquistar tudo novamente, mas sem promessas de que terá seu emprego ao final do ano?
em Bate-Papo da Torcida > Análise profissional sobre a decisão do Carille