Meu Timão

Vou concordar discordando.

De fato, acho mais útil colocar estátuas de gente da diretoria, que não troca de time e tal. Mas daí falta identificação do torcedor com a figura (com exceção, talvez, do Vicente Matheus que fez sua história com competência e frases que, com certeza, vão ficar marcadas pra sempre).

Um clube centenário que nem o Corinthians tem história. E essa história não pode morrer, porque é um dos bens mais preciosos do clube. Quando eu era um pequeno corintianinho eu adorava as histórias, porque com 6 anos não tinha exatamente uma visão técnica aguçada para o jogo em si, como não tinha nem paciência pra ver um jogo inteiro sem passar mais da metade dele fazendo coisas aleatórias de criança. Mas era a história que me fazia usar a camisa do Corinthians todo dia, o dia inteiro até minha mãe me obrigar a tirar pra poder lavar.

E isso não pode morrer. O jeito mais fácil e efetivo de se manter isso é pelas pessoas que fizeram parte dessa história. Sócrates, Basílio, Rivelino, Zé Maria, Zenon, Biro Biro, Neto, Ronaldo goleiro, Dida, Gamarra, Marcelinho Carioca, Tevez, Ronaldo Fenômeno, Guerrero, Cássio, Ralf... Fazem parte da história, não da pra negar. São humanos falhos e não fazem as coisas por amor ao clube? Claro. Mas toda história humana é uma fabricação. Tiradentes não fez o que fez por amor ao Brasil, ele queria separar Minas Gerais do resto. Marechal Deodoro da Fonseca só proclamou a república porque tinha medo de um cara que tinha pegado uma mulher que ele queria ficar num posto maior que o dele. Dom Pedro II só proclamou a independência porque o pai dele mandou. Princesa Isabel só libertou os escravos pra não perder mercado internacional. Isso só dos brasileiros. Se formos pegar os internacionais a lista fica bem gigante... Todo herói é fabricado, e a gente fabrica porque a gente precisa deles, pra marcar na história, pra ter do que se orgulhar.

Sem contar que, se for pra contar os jogadores com o seu critério, o neto seria um dos últimos da lista, porque jogou em todos os rivais paulistas. Muito melhor são os Ronaldos, goleiro e atacante, que não jogaram nos rivais e terminaram suas carreiras jurando amor ao clube, e fazendo muito pelo time ainda.