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Reconstrução
Corinthians terá que contratar um treinador que saiba trabalhar com a base
Opinião de Beatriz Zoccoler
Não é novidade para ninguém que o Corinthians está num ano de contenção de gastos, porém, mais do que isso, o Corinthians está num ano de integração da base e tem muitos jovens em seu plantel - alguns mais utilizados, outros menos, mas todos com muito potencial (seja pra já sair jogando, seja pra ser lapidado). O novo comandante do Timão precisa utilizá-los.
O projeto de subir mais meninos para o profissional teve início na temporada passada, com Tiago Nunes. Na ocasião, Xavier, Gabriel Pereira, Ruan Oliveira e Roni foram integrados ao elenco. Com o treinador, apenas GP e Ruan Oliveira entraram - os outros dois tiveram oportunidade de estrear quando Coelho assumiu interinamente (e ainda subiu Mantuan).
Vagner Mancini, querendo ou não, foi o responsável por subir uma grande quantidade de garotos ao futebol profissional. Adson, Antony, Cauê, Felipe Augusto, Guilherme Biro, Mandaca, Matheus Araújo, Matheus Donelli, Rodrigo Varanda e Vitinho. Além disso, teve o retorno de João Victor e passou a utilizar mais Raul Gustavo e Lucas Piton. Esse é um caminho que não pode ser descontinuado.
O técnico que vir precisa entender que o futuro do clube está nos pés dessa garotada. Não é como se eles fossem a solução de todos os problemas, longe disso, mas é dali que vai sair a composição de um elenco sem precisar gastar horrores de dinheiro com jogadores que nem agregam tanto assim.
É dessa molecada que saíram quase 60% dos gols do Corinthians no Campeonato Paulista. Precisa ter muita paciência? Lógico. Mas também precisa entender que dos últimos jogos do Mancini, as melhores exibições foram quando o time teve uma composição mais jovem. É preciso acreditar e continuar dando oportunidade para eles.
Não é simplesmente colocar pra jogar numa fogueira, existe contexto e existe momento. E que momento melhor do que uma reconstrução? Começar do zero com um novo técnico é difícil, mas os testes precisam continuar acontecendo. Eles precisam continuar tendo espaço.
A cultura de uso de base num clube é um processo muito complexo por diversos motivos, entretanto, ela só se tornará um hábito se houver constância. E não existe outro caminho pra 2021 (e pro futuro) que não seja crer no Terrão. Para quem chegar: coragem. A base salva.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.