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Tem que mudar

Andrés Sanchez concedeu entrevista antes do jogo em Porto Alegre

Rodrigo Gazzanel /Agência Corinthians

Andrés Sanchez colocou o dedo na ferida

Opinião de Marco Bello

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A entrevista do presidente Andrés Sanchez em Porto Alegre antes da partida do Corinthians contra o Grêmio viralizou nas redes sociais e em grupos de WhatsApp.

Mais pelo jeito – ríspido – com que o presidente do Timão tratou os repórteres do que pelo conteúdo em si.

Mas boa parte das respostas, se avaliadas friamente e sem o contexto polêmico do estilo já característico do mandatário corinthiano, estão corretas.

Andrés reparte a culpa pelo excesso de jogos, pelo calendário da CBF e pelos demais problemas logísticos do futebol brasileiro com todo o mundo futebolístico – clubes, CBF, imprensa e torcida.

É comum que sempre culpemos a outra parte. Nós nunca ou quase nunca estamos errados.

A própria imprensa adora culpar a CBF e os clubes pelos problemas do futebol brasileiro. Mas será que parte do problema não está na própria mídia? Claro que sim!

Somos resultadistas sim, como disse Andrés. É claro que aqui estou tomando o todo pela maioria. Como em tudo, há exceções.

Há uma nova forma de imprensa, e o lateral santista Victor Ferraz falou sobre isso também em uma entrevista nesta semana, que não tem muita responsabilidade com o que escreve.

Perfis de internet, páginas de Instagram, arrobas de Twitter hoje são tão formadores de opinião quanto um colunista de jornal. Estes influenciadores devem saber disso e cumprir certas regras do jornalismo.

Imparcialidade é a principal. Hoje isso é muito raro nestes espaços. Costumo dizer que o torcedor que quer apenas ler elogios ao clube que torce, pode ler o site oficial.

Quer fazer jornalismo sem ser jornalista? Ótimo, mas faça direito.

Há o problema dos direitos de transmissão, e isso é ainda mais grave. Hoje basicamente uma emissora tem os direitos de transmissão de todos os campeonatos nacionais: a Rede Globo.

Ela compra, ela paga, ela manda.

Por que as rádios, webrádios, sites, blogs, perfis, também não pagam? Eu sou completamente a favor que isso aconteça!

Quer estar no estádio, no treino, na zona mista, quer entrevistar jogador, vender patrocínio e lucrar com isso? Pague.

Mas o pagamento precisa ser proporcional ao alcance do veículo. E deverá haver contrapartidas a isso: entrevistas exclusivas, privilégios no dia-a-dia, conteúdo produzido pelo clube, horários maleáveis, etc.

Será que a Globo deixa?

E o que o torcedor tem a ver com isso? Simples. Sem o torcedor, não tem CBF, não tem clube e não tem futebol.

Precisa existir pressão para que se mudem as regras. Por exemplo, um clube deve ter o direito de vender um jogo como mandante para quem bem entender.

Para que você tenha uma ideia, o clube hoje é tão refém da televisão, que ele mesmo, clube, não pode filmar o próprio jogo e divulgar em tempo real.

Repito: o clube não tem o direito sobre o próprio jogo.

O torcedor pode comprar essa briga. A imprensa precisa comprar essa briga. Todos podemos e devemos nos responsabilizar pelo produto futebol. E não apenas culpar o outro.

Veja mais em: Andrés Sanchez .

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

Por Marco Bello

Marco Bello é jornalista, apresentador e repórter da Rede Transamérica de Rádio, setorista do Corinthians desde 2009

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