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Futebol não é vôlei

Carille com a bola nas mãos; 'complexo de vôlei' atrapalha o treinador neste momento

Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

Carille, o vôlei e o time do Corinthians 

Opinião de Rodrigo Vessoni

visualizações 19K comentários 176 0

O vôlei é um esporte para atletas altos. Quem não tem estatura acima da média sequer faz testes nos clubes. A média das seleções mundiais, segundo matérias via Google, beira os 2 metros de altura. Algo que se entende, já que se trata de um esporte feito para gigantes.

No futebol não é assim. A estatura ajuda, mas está longe de ser fundamental. Não se pode levar isso em consideração para montar os times e/ou trocar ou deixar de trocar jogadores. E é exatamente esse "Complexo de vôlei" que está atrapalhando Fábio Carille no Corinthians.

Várias das tomadas de decisões do treinador estão baseadas nisso. E não pode ser assim. É um time de futebol, que é jogado com os pés, não com as mãos. Na primeira final do Paulista, por exemplo, Gustagol era figura nula. Com o time fechado, sem criar, o camisa 19 virou um volante no jogo jogado e zagueiro na bola aérea defensiva. Jogo se apresentou para quem tem mais bola no pé, para quem tinha condições de jogar o jogo. Mas Boselli, que seria esse cara para a função, permaneceu no banco. Gustagol, o Gigante, permaneceu...

Mas o pior foi na noite desta quarta-feira em Chapecó. O Corinthians perdia por 1 a 0. Era preciso melhorar a parte ofensiva. Richard, que joga a bola para trás mais do que para frente, era a substituição natural. Pedrinho? Gustavo? André Luís, Mosquito? Qualquer um.

Porém, Carille, que já havia colocado Ralf, preferiu morrer com uma substituição a tirar o gigante inofensivo Richard para colocar Pedrinho, por exemplo. "...Eu pensei na bola aérea, já que eles tem Douglas e Gum, era um mata-mata...".

Oras, a Chapecoense tem Douglas e Gum. O Corinthians tem Henrique e Marllon. Ainda tinha Ralf. Os outros? Do mesmo tamanho dos outros jogadores do time de Chapecó. Isso sem falar que os donos da casa já tinham abdicado de jogar na tentativa de segurar a vitória mínima. Ou seja, não haveria perigo nenhum no fim...

...domingo será igual: Corinthians terá Henrique, Manoel, Ralf, Gustagol e Avelar. Cinco jogadores altos. Contra apenas a dupla de zaga do SPFC. Cinco contra dois.

Carille precisa tirar isso urgentemente da cabeça. Futebol não é vôlei (graças a Deus). Aquele monte de gol tomado em cruzamento não foi por falta de estatura, foi por posicionamento e/ou falta de concentração. O Corinthians precisa de profundidade, jogadores rápidos pelos lados, não de gigantes inofensivos.

Em tempo: na minha visão, se Urso não jogar, Carille só tem duas coisas a fazer na decisão:

1) Thiaguinho por ali, que joga muito mais bola que Richard. Com isso, mantém Ramiro pelo lado, assim como os demais ofensivos;

2) Ramiro como segundo volante, colocando Pedrinho pelo lado, inclusive podendo revezar com Jadson pelo meio. Assim, teria uma equipe compatível ao ambiente da Arena Corinthians.

Em Itaquera, se impor diante de quase 50 mil não é uma condição negociável. Ou se faz ou se faz.

Veja mais em: Fábio Carille , Campeonato Paulista e Richard .

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

Por Rodrigo Vessoni

Formado pela FIAM, trabalhou na Rádio Transamérica e, por 12 anos, no LANCE!. Neste momento, também é repórter da Rádio 9 de Julho, SP (AM 1600). Participa ainda, quando chamado, de programas na TV.

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  • Comentários mais curtidos

    F�bio
    Fábio Albuquerque #560

    O Carille tem mais medo de perder do que vontade de ganhar, outro erro dele é que todo jogo muda o time, ele se preocupe muito mais em adaptar o time ao adversário do que impor um estilo de jogo do próprio Timão para que seja os adversários que se preocupem, um exemplo claro foi em 2015 onde o Tite impôs seu estilo de jogo e o Timão tinha um padrão dentro e fora de casa, quem não lembra das goleadas no Atlético paranaense e no mineiro acabando com o papinho de campeonato manchado. Acredito que como está o Carille não vá durar muito a frente do Timão, diversos jogadores já demonstram sua insatisfação, mesmo que com frases indiretas como Boselli.

  • Lucas
    Lucas Lourenço #1.777

    Se futebol fosse vôlei ao menos o Corinthians iria pontuar, porque gol tá dificílimo...

    4 jogos, poxa jogar cheio de volantes e agora colocar Richard que é primeiro volante par fazer papel de segundo, aí par sair gol tá osso..

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  • Todos os comentários (176)

    Ramon
    Ramon Felipe #27

    Tá complicado, deveríamos jogar pra cima e não pensar em ficar defendendo a todo momento.

  • Jo�o
    João Paulo #1.243

    Boa. Só acho que o Pedrinho também precisa atuar como meia. É a praia dele.

  • Jo�o
    João Oliveira #1.844

    Perigo nenhum no fim? Se tem jogo ainda, tem chance de gol. Eles têm gum e Douglas, nos temos Henrique e marllon e Ralf? Ok, mas e a qualidade? Não já esta claro que bola aérea é nossa é defeituosa? Então, se a deles é destaque, não é tendo um Ralf a mais que vai passar a ao menos equiparar a Chape, infelizmente.

    O Carille não gosta de arriscar em matamata, então não arriscaria em nosso grande defeito defensivo, que pra eles é um destaque da equipe deles, que é a bola aérea.
    Eu também não gostei, mas a realidade é cruel.
    Acho que richard não era necessário msm assim, mas o Carille preferiu se garantir a tentar assum msm e qualquer coisa virar em casa. Ele é assim. E nas condições que estamos de elenco, entrosamento, essa sequência de jogos fracos... Eu compreendo e concordo, apesar de não achar que se enquadra ao ter deixado o richard, ou love que também estava jogando nada.

  • Alexandre
    Alexandre S.c.c.p. #26

    Disse tudo VESSONI

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