O técnico Cristóvão Borges, de 57 anos, foi apresentado à imprensa no CT Joaquim Grava no início de tarde desta segunda-feira, poucos minutos após comandar seu primeiro treino no Parque Ecológico . Substituto de Tite, que deixou o Corinthians para assumir a Seleção Brasileira, ele assinou contrato até o fim de 2017 e se disse privilegiado em poder comandar um clube como o Timão.
"É um prazer. Quando não estamos trabalhando e existe alguma possibilidade de mudança em algum clube, nutrimos esperança. Não quero dizer que o Corinthians estava esperando, mas sempre pensamos em qualquer uma. Mas aconteceu, fiquei muito contente, me sinto privilegiado por ter sido escolhido", declarou, se referindo ao fato de que, até ser contatado por Roberto de Andrade, estava desempregado. Foi demitido do Atlético-PR em março.
O nome de Cristóvão Borges estourou na imprensa na noite de sábado e, rapidamente, na manhã de domingo, foi confirmado pelo Corinthians. De imediato, boa parte da torcida levantou críticas. Outro perfil de torcedor passou a incentivar o apoio ao treinador. Ao ser questionado sobre a reação da Fiel, o novo técnico do Timão declarou:
"Tem algumas abordagens que estou acostumado, mas sem problema. Acho que tem a ver com a expectativa... Eu não fazia parte de lista nenhuma. Sempre se especula-se bastante. E eu não constava em nenhuma lista de especulação. Então a surpresa fez com que isso aumentasse. Me sinto privilegiado. Já conheço o clube, passei como jogador, e chegar agora como treinador é uma honra. É um prazer estar aqui."
Treinador sem currículo muito vasto, Cristóvão vê no Corinthians pós-Tite seu maior desafio na carreira. Após comandar sem grande sucesso clubes como Vasco, Fluminense, Bahia, Flamengo e Atlético-PR, ele se vê agora à frente de um trabalho difícil, mas em um time grande.
"Sem a menor dúvida. É o maior desafio. Isso me move, mexe comigo, me motiva. Até porque olho o projeto e cuido da minha carreira para crescer. Estou dando mais um salto, com uma responsabilidade muito grande, um trabalho que não será fácil. Ao mesmo tempo, estou num time bom, grande, forte. Quero aproveitar essa oportunidade", analisou.
Boa parte do que Cristóvão terá pela frente no Corinthians, seja a existência de um time forte, ou a pressão de um trabalho difícil, são heranças de Tite. E o fato de assumir o clube no lugar do técnico mais vitorioso dos 106 anos de história alvinegra não intimida o novo comandante. No entanto, o faz enxergar o tempo como grande adversário.
"Eu não sou uma pessoa otimista. Às vezes em que cheguei em outros clubes... Em alguns clubes você tem as heranças. A herança que recebo aqui é de um treinador vencedor, de um trabalho encaminhado", declarou.
"O problema é que a visão que todos têm é que o Corinthians é o atual campeão brasileiro. E o momento é de estar reformulando o time, e o Tite, que é o treinador campeão, isso qualquer um, todos nós, passamos por dificuldades. E isso requer tempo. Mas o futebol é para ontem. Mesmo ele estava tendo dificuldades, porque tem de achar as peças para remontar o time. O time do do ano passado passou pelas mesmas dificuldades, foi difícil, foi um time que alternou bons jogos. É tudo um processo natural. Agora está se repetindo, mas comigo no comando. Como estou pegando um time que ele treinou, pego uma boa herança de um treinador competente. Espero criar um time competitivo para ser campeão", finalizou.