Uma diferença mensal na cotação do dólar, anotadas em um caderninho durante cinco anos por Romero, foi o obstáculo para a renovação de contrato do paraguaio com o Corinthians.
A situação é a seguinte: o paraguaio chegou ao Corinthians em maio de 2014. Seu contrato previa salário em dólar por cinco anos. A cotação a ser usada pelo Corinthians para a conversão em real tinha um mínimo garantido e um máximo que não poderia ser ultrapassado. Até aí tudo bem...
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O problema é que o jogador, mês a mês, fez um controle dessa diferença do que foi pago pelo Corinthians e o quanto o dólar daquele respectivo mês renderia. Controle esse a caneta mesmo, num papel que foi apresentado aos dirigentes recentemente.
Para entender melhor a situação, veja o exemplo do Meu Timão: vamos dizer que Romero tinha a receber US$ 70 mil num determinado mês. Pelo contrato, com uma cotação máxima fixada em 2.6, esse salário em dólar representaria 182 mil reais.
Naquele mesmo mês, a cotação do dólar comercial estava em 3.1, o que representaria 217 mil reais na conversão. Ou seja, na visão de Romero, a diferença naquele respectivo mês foi de R$ 35 mil. E assim foi o controle feito pelo paraguaio, mês após mês.
Após cinco anos de acordo, tal diferença dá um total acima dos R$ 2 milhões. Um dinheiro que Romero quis receber à vista no momento da renovação, mas que não houve acordo com os dirigentes, que aceitariam pagar apenas parcelado ao longo de todo o novo contrato (três anos).
Em tempo: mesmo se Romero não renovar (o que deve acontecer), o Corinthians terá de pagar US$ 3 milhões (cerca de R$ 12 milhões) a um grupo de empresários que emprestou o dinheiro naquela ocasião para tirá-lo do Cerro Porteño em maio de 2014.