A paralisação do futebol devido à pandemia do Covid-19, o novo coronavírus, causou um colapso financeiro nos clubes brasileiros. Mas qual é o tamanho desse impacto? Qual foi a magnitude da redução nas principais receitas? No caso do Corinthians, a resposta veio do departamento jurídico.
No recurso impetrado para evitar u ma cobrança de R$ 40 milhões do Ministério Público de São Paulo , o clube esmiuçou a queda das principais receitas do clube na tentativa de convencer o juiz da ação de que a quitação de um débito dessa magnitude é fora da realidade em meio à pandemia.
O Meu Timão teve acesso ao documento, na qual o clube informa as seguintes reduções de receita:
- Patrocínio de propriedade do uniforme: R$ 15.082.013,03 mensais para R$ 467.613,03 (sem maiores explicações);
- Programa Fiel Torcedor: 35% de inadimplência
- Cotas de patrocínio: 59% a menos
- Cotas de TV: 65% a menos
- Parte social do clube: 35% de inadimplência
- Bilheteria: R$ 5.946.504,13 (último mês antes da pandemia) para R$ 0;
- Arena: 96% a menos (camarotes, assentos exclusivos, publicidade estática, estacionamentos, bares, etc).
É preciso lembrar que esses itens acima foram explicados e documentados no recurso, mas apenas para conhecimento das partes envolvidas e do juiz do caso. Um repetitivo aviso no documento pede ao juiz que todos esses dados sejam colocados em Segredo de Justiça, a fim de preservar a confidencialidade de salários e acordos comerciais.
Na mesma defesa, o Corinthians lembra que "houve uma diminuição efetiva dos salários de jogadores e funcionários do clube, no sentido de minimizar os impactos que a pandemia trouxe às finanças da agremiação" e que "os extratos bancários atuais demonstram a inexistência de saúde financeira da agremiação".
O clube diz ainda que "aplicou, caso a caso, diminuição de salários de funcionários nas proporções de 50% ou 70%, chegando até mesmo na suspensão dos contratos de
menores aprendizes e estagiários contratados pela agremiação", avisa que "reduziu ou suspendeu a maioria dos contratos de prestação de serviços" e, por fim, lembra que "os atletas profissionais tiveram redução salarial de 25% em seus vencimentos".
Num dos trechos do recurso, o Corinthians sublinha também que "basta uma singela pesquisa na internet para aferirmos que a crise atingiu, de forma exponencial, os clubes brasileiros. As medidas tomadas pelas autoridades estaduais e municipais visando o distanciamento social causaram demissões em massa, diminuição de salários de atletas e funcionários, perda de bilheteria, ausência de repasse de verbas da televisão, inadimplência de sócio-torcedores, congelamento de recursos dos patrocinadores e adiantamento das férias dos jogadores".