O Corinthians confirmou nesta terça-feira a saída do diretor de futebol Roberto de Andrade . O profissional foi desligado após pedido feito ao presidente Duilio Monteiro Alves e encerrou passagem de dois anos e três meses no clube.
O Meu Timão resolveu, então, relembrar ao torcedor do Corinthians episódios dessa passagem como diretor (2021-23) do ex-presidente do clube, Roberto de Andrade. Confira abaixo!
Pressão das organizadas
Roberto já iniciou a passagem como diretor pressionado pela torcida do clube, contestado desde o início pelas organizadas. Em junho de 2021, com apenas seis meses de mandato, a Gaviões da Fiel emitiu nota pedindo a demissão do diretor e contestando o trabalho da diretoria na escolha da comissão técnica. 20 dias antes de demiti-lo, Roberto julgou ser positivo o trabalho de Vagner Mancini em entrevista coletiva.
A pressão da torcida não parou por aí. Em fevereiro de 2022, após decisão de manter Sylvinho para a temporada 2022 e demiti-lo depois de três jogos e pré-temporada, a Gaviões convocou um protesto para reclamar do trabalho da diretoria , mas viu a manifestação ser cancelada por "motivos de força maior".
Em 2023, a "paciência acabou". Pelo menos foi assim que a torcida organizada se manifestou em nota oficial após eliminação precoce do Corinthians para o Ituano , quando deu ultimato ao presidente do Corinthians para "se livrar" do diretor. Um grupo de organizados invadiu o CT Joaquim Grava e estendeu faixa pedindo a demissão, novamente, de Roberto de Andrade.
Duilio Monteiro Alves, o presidente, convocou coletiva para informar a saída do diretor , mas fez questão de frisar que a decisão foi um pedido de Roberto de Andrade. A decisão foi aprovada pela Fiel.
Busca por reforços
Roberto de Andrade, ao lado do diretor Alessandro e do presidente Duilio Monteiro Alves, reforçou no começo do mandato o posicionamento de contenção de gastos do Corinthians em 2021. O clube passou oito meses focado em rescisões, esvaziamento da folha salarial e liberações para poder, depois, contratar.
O diretor foi cobrado de cara quando afirmou que as renovações de Cazares e Otero, meias não aprovados pela torcida, eram prioridades do clube para 2021. O profissional endossou a não chegada de reforços com o discurso de que a base do Corinthians tinha qualidade para compor o elenco - Roberto teve participação ativa na decisão de efetivar Danilo como treinador do Sub-20 ao final da categoria Sub-23 em 2022, ocasionando a saída do técnico Gustavo Almeida, que já havia sido comunicado da efetivação do Sub-17 ao 20 e optou por deixar o clube após mudança de decisão.
Trato com o elenco
Roberto de Andrade apareceu em entrevistas coletivas e zonas mistas em defesa do trabalho de treinadores e do elenco do Corinthians nos dois anos e três meses sem títulos em que foi diretor de futebol do Timão.
No início de 2021, bancou a permanência do meia Luan ao dizer que "não estavam tentando tirar leite de pedra, e sim, leite de vaca" ao insistir no jogador que já não caía nas graças da torcida.
Em 2022, após sequência de ameaças ao elenco divulgadas nas redes sociais após eliminação na Copa Libertadores para o Flamengo e derrotas seguidas nos clássicos, Roberto se manifestou em defesa do plantel. Na ocasião, afirmou que a situação era desconfortável, mas que Willian e Cássio não sairiam do clube por isso - Willian deixou o Timão dez dias depois do comunicado para voltar à Inglaterra.
Na mesma época, Roberto tornou pública a não ida de Jô ao CT para rescindir contrato com o Corinthians após sequência de atrasos e indisciplinas.
Política no clube
Contestado pela torcida organizada pela passagem como presidente de 2015 a 2018, Roberto de Andrade concedeu a primeira coletiva como diretor afirmando que não descartava eventual retorno à presidência do Timão.
Nada no estatuto impede que o profissional, inclusive, participe das eleições ao final do ano para a presidência do Corinthians.