Depois de outro longo período de pesquisa, madrugadas a fio e novos arquivos de jornais desbravados, o repórter Tomás Rosolino, do Meu Timão, conseguiu estender a pesquisa sobre os maiores "garçons" da história do Corinthians. O levantamento agora chega a 1926 e apresenta cada vez mais um panorama mais perto do completo sobre o passado alvinegro - a consulta ao Almanaque do Timão, do historiador e jornalista Celso Unzelte, foi fundamental para o projeto.
Já haviam sido lançadas duas edições do levantamento: uma primeira até 1962 , com pesquisa impulsionada em 2020, e outra até 1945, revelada em 2021 - essa última importantíssima por abranger o histórico time da década de 50.
Agora, com o advento da Biblioteca Nacional Digital e mais tempo empreendido, foi possível alcançar a década de 20, passando por outros grandes esquadrões corinthianos, como os dos tricampeonatos paulistas de 1928-30 e 1937-39. Foram quase três anos na busca por esses dados.
A principal novidade, porém, fica pela retomada da liderança por parte de Marcelinho Carioca. Algumas fitas de jogos completos às quais a reportagem teve acesso elevaram a contagem de assistências para 192, uma a mais do que o Gerente, Claudio Christovam de Pinho.
Por estimativas, ainda que sem o registro escrito, não é difícil imaginar, porém, que Claudio supere os 200 passes para gol pelo Timão - quem sabe um dia consigamos documentar tudo. Alguns outros nomes ganharam uma ou outra assistência por achados como os de Marcelinho, o que explica diferenças para os levantamentos anteriores.
Dentre os novos jogadores que apareceram, o destaque fica pela histórica dupla de ataque formada por Servílio e Teleco, ídolos do clube nas décadas de 30 e 40. Servílio, o Bailarino, é mais um a ultrapassar a marca dos 100 passes para gol pelo clube, entrando num seleto grupo ao lado de outros cinco atletas. Teleco, mesmo centroavante, somou mais de 50 assistências pelo Timão.
Outro nome com números relevantes é Rato, histórico jogador e treinador do Corinthians, com mais de 70 passes para gol entre as décadas de 20 e 30. Lopes, representante do Timão na Copa de 1938, ao lado de Brandão, também entrou no top-20 - veja detalhes abaixo.
Do elenco atual, apenas Fagner, agora com 67 assistências, integra o top-20. Renato Augusto, que chegou a 49, também abriu caminho na lista, mas acabou desligado do clube ao fim do seu contrato.
Além de ser inédito, o levantamento ajuda a entender a importância o impacto desses atletas com a camisa alvinegra e na história do futebol, buscando fazer jus a uma época não tão bem documentada do esporte como hoje.
Falando nisso, por sinal, fica o agradecimento à Folha de S. Paulo, ao Estado de S. Paulo, ao jornal O Globo, ao Diário do Grande ABC e à Gazeta Esportiva, fundamentais para que fosse realizada a pesquisa.
Os critérios para a consignação da assistência são claros: quando o relato do jogo descreve um passe direto para o jogador que fez o gol. Se há relato de rebote ou intervenção de um zagueiro, não foi considerado passe para gol.
Consolidado de assistências de 1926 a 2023*
- Marcelinho Carioca - 199 assistências
- Claudio - 191 assistências
- Luizinho - 166 assistências
- Rivellino - 120 assistências
- Servílio - 109 assistências**
- Vaguinho - 104 assistências
- Baltazar - 88 assistências
- Rato - 71 assistências**
- Fagner - 68 assistências
- Jadson - 64 assistências
- Sócrates - 59 assistências
- Teleco - 57 assistências**
- Ricardinho - 57 assistências
- Kleber - 56 assistências
- Lopes - 50 assistências**
- Battaglia - 50 assistências
- Renato Augusto - 49 assistências
- Zenon - 49 assistências
- Rafael - 49 assistências
- João Paulo - 46 assistências
**Jogadores incluídos na extensão da pesquisa