As horas passam, mas a dor segue aqui. A cada foto da final da Copa do Brasil, o torcedor do Corinthians lamenta um pênalti não marcado, um gol perdido ou uma cobrança ruim da marca da cal. É normal, vai demorar pra isso passar.

Apesar disso, esse gosto amargo não serve pra afastar o corinthiano. Ao contrário. Quanto mais se lamenta, mais se sente o que é ser da Fiel. O sofrimento é parte importante do que é o Time do Povo.

"Corinthiano, maloqueiro e SOFREDOR", afinal - e graças a Deus!

E junto dessa paixão que só cresce pelo clube, a chave também vai virando para alguns. Enfrentar o Flamengo de cabeça erguida e ficar a um detalhe do título enche o torcedor de orgulho. Para além disso, também é combustível para a esperança de dias melhores.

Nas redes sociais, isso fica claro entre a Fiel. Nas últimas horas, porém, deu para notar que os jogadores também se sentem assim.

A cada texto dolorido, uma projeção positiva do que está por vir. Todo mundo parece sentir uma energia diferente depois dessa derrota.

Motivos para acreditar nunca vão faltar. E o passado nos mostra isso.

O histórico título de 1977 vem um ano depois do dolorido vice para o Internacional após a invasão ao Maracanã na semifinal - um dos mais belos capítulos da história alvinegra.

Falando de Copa do Brasil, a última conquista do Corinthians no torneio foi em 2009. Na temporada anterior, derrota traumática para o Sport na grande decisão - que o Timão chegou mesmo estando na Série B na oportunidade, mostrando todo o peso de sua camisa.

Até mesmo a Libertadores veio da dor. Um ano antes de Alessandro erguer a taça continental, o time de Tite caiu para o Tolima na fase preliminar do torneio - e indo além, ninguém esquece a queda doída para o próprio Flamengo em 2010.

O Corinthians é assim. A paixão aumenta independente do resultado e as quedas viram força para algo maior.

Nas redes sociais, noto muitos adversários incomodados com a postura da Fiel. Tentam de toda forma deslegitimar o orgulho da torcida após o vice campeonato. Eles não entendem.

Para quem vê de fora, parece mentira. Os normais se escondem na derrota. Não vestem a camisa. Somem da internet. O corinthiano não.

No dia do sofrimento é o que o manto vira segunda pele. O "Vai, Corinthians!" na rua sai mais forte. O amor aumenta.

Não é romantizar a derrota. É romantizar o Corinthians. Nenhum resultado diminui essa paixão.

Por tudo isso, é bom ver que os jogadores também estão assim. Derrotados, abatidos, mas confiantes que o Timão vai voltar mais forte. E a história está para nos mostrar que há motivos para acreditar.

Sem o sofrimento, as tradições e glórias mil jamais teriam o mesmo sabor.

Que venha 2023.

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