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Quem tem que priorizar o Corinthians, é o Corinthians
Beatriz Maineti

Apaixonada pelo futebol, mas, antes de tudo, feita de Corinthians. O mundo em preto e branco é mais bonito.

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Quem tem que priorizar o Corinthians, é o Corinthians

Coluna da Beatriz Maineti

Opinião de Beatriz Maineti

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Quem tem que priorizar o Corinthians, é o Corinthians

Cássio diante da Fiel em empate do Corinthians na estreia do Brasileirão

Foto: Rodrigo Coca/Agência Corinthians

Cássio, um dos maiores ídolos da história do Corinthians, pode deixar o clube ao fim da temporada - ou até antes. As informações iniciais dão conta de que o goleiro pode passar a defender as cores do Cruzeiro ainda em 2024, já que a equipe mineira ofereceu para ele um contrato de três anos, além da titularidade garantida. Nenhum outro jogador conseguiu assegurar a posição esse ano.

Por outro lado, o Corinthians nunca escondeu o desejo e o sonho de manter Cássio no plantel. Tanto é que, segundo apuração do Meu Timão, já existe uma proposta de renovação na mesa do goleiro, já que seu vínculo atual vai até 31 de dezembro de 2024. Essa, porém, é de apenas um ano, o que pesa na balança do jogador.

O Corinthians, na minha humilde opinião, não está errado de formalizar essa proposta ao goleiro. Apesar da idolatria que cerca o Cássio, o clube hoje vive um momento de estabilidade negativa, e precisa cravar alicerces para se reerguer. O camisa 12 pode ser um deles, e eu até esperava que fosse, mas a diretoria precisa que ele se encaixe nos moldes que, hoje, são viáveis para a instituição.

Do outro lado do ringue, tem Cássio, que hoje tem 36 anos e está mais próximo dos 37 do que de sua idade atual, já que fará aniversário no próximo dia 6. Sua carreira já está muito próxima do fim e ele sabe disso. Eu também sei. Você, que está lendo, pode até não querer aceitar, mas sabe que em breve acordaremos com a confirmação de sua aposentadoria. Pode não ser agora, mas está próximo.

Na prática, isso quer dizer que Cássio deve pensar mais em si mesmo, nos seus próprios objetivos, do que nunca. Afinal de contas, o mundo do futebol é absurdamente ingrato; da mesma forma que muitos jogadores ascendem ao estrelato com muita rapidez, tantos outros descendem ao fim precoce com a mesma velocidade. Então, o goleiro tem que pesar primeiro os seus próprios objetivos.

Somado a tudo isso tem um outro ponto que, obviamente, desestabiliza a decisão do goleiro: campo e bola. No Corinthians, Cássio foi corretamente cobrado por atuações abaixo da média que ele mesmo estabeleceu para si. As falhas cometidas por ele têm que fazer parte da discussão. Tanto é que, embaixo das traves, perdeu a titularidade para Carlos Miguel. No Cruzeiro, não haverá competição. Se chegasse neste momento em Minas Gerais, estrearia já na próxima partida pela Raposa.

A narrativa que se desenha neste momento é a de desencontro. O Corinthians quer A, o Cássio quer B, e não parece fácil encontrar um denominador comum nos objetivos de cada um. Sendo assim, a despedida parece inevitável. E é claro que vai doer, mas não precisa ser caótica, feita no litígio e com alfinetadas para lá e para cá.

Não há abandono. O Corinthians, neste momento, apresenta o que está ao seu alcance para manter o goleiro. Cássio, por outro lado, entende que precisa de mais. Não é justo exigir que o clube se comprometa pelo jogador, e nem que o jogador se molde para se manter no clube. As necessidades de ambos têm que ser colocadas em pauta, e será preciso pregar pelo respeito mútuo.

O Corinthians não dispensou o Cássio. Não jogou 12 anos de história, nove títulos, incontáveis milagres na meta corinthiana, representatividade e nem nada disso no lixo. O Corinthians está pensando em si, assim como Cássio está fazendo. Não há errados nessa história; há um possível fim.

Como em um relacionamento amoroso, às vezes duas pessoas divergem no que decidir para o futuro. Existe sempre o inegociável, e se não há comum acordo em relação a isso, não há continuidade. Cássio e Corinthians parecem ter chegado a esta encruzilhada, e o futuro pertence a quem tomar a decisão final.

Se sair, Cássio sairá aplaudido, ovacionado e sempre muito amado. Não há trairagem, desrespeito ou facada nas costas; haverá um jogador em fim de carreira buscando viver intensamente os momentos que lhe restam. Se sair, o Corinthians não o terá dispensado, desrespeitado sua história por um outro jogador.

Corinthians e Cássio parecem ter feito tudo o que deu. Agora é esperar. Se o inegociável para um se mostrar ponto de discussão para o outro, ainda podemos ver Cássio abrilhantar o escudo corinthiano por algum tempo. Se não for, o Timão seguirá, como seguiu quando partiram Sócrates, Ríncon, Marcelinho, Neto, Zé Maria e tantos outros. E o goleiro multicampeão saberá que sempre haverá uma casa pronta para recebê-lo no coração de cada um que o viu em campo vestindo o manto alvinegro.

Se for a hora do adeus, que se despeçam com abraços. Essa história merece um fim bonito!

Veja mais em: Cássio.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Beatriz Maineti

Apaixonada pelo futebol, mas, antes de tudo, feita de Corinthians. O mundo em preto e branco é mais bonito.

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