Eu entraria em desespero
Opinião de Danilo Augusto
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Certa vez eu fiz uma analogia como se a Arena Corinthians fosse minha casa (sendo financiada) e as receitas do estádio fossem meu salário. Na época, as contas assustavam tendo em vista o total do financiamento e as receitas obtidas no estádio. A necessidade de alavancar as receitas era urgente.
Seis meses se passaram e o que aconteceu foi o inverso. A dívida cresce e as receitas diminuem. Nesta quarta-feira tivemos o jogo de 11 mil pagantes, com renda bruta de R$ 473 mil, o recorde negativo da Arena Corinthians.
Naming Rights, nem se cogita mais. E mesmo que vendessem, adiantaria bem pouco. Ninguém paga R$400 milhões a vista, pagariam R$20 milhões por ano. Ainda faltariam mais de R$100 milhões de reais de receita, por temporada, para seguir aquela ideia do estádio se pagar em 10 ou 12 anos.
Considerando que a dívida seja acima de 1 bilhão de reais, o fundo da Arena deve gastar uns R$60 milhões a R$70 milhões por ano só de juros. E sabe quanto o Corinthians faturou em 2016 de bilheteria? R$57 milhões, no bruto. O lucro foi metade disso.
Ou seja: o Corinthians, hoje, tem dificuldade para fazer a dívida parar de crescer.
Se fosse comigo, com meu salário e minha casa, eu entraria em desespero, sim. Sairia tentando fazer dinheiro de qualquer maneira. Tentaria vender carro, bicicleta, câmera digital, sei lá. Pegaria mais trabalho, gastaria menos. Essas coisas que a gente faz quando a grana aperta.
A situação é grave, amigos. Adoraria ouvir o clube (ou o fundo da Arena) se pronunciar a respeito, mas transparência está em falta no Corinthians. O último balanço do estádio foi divulgado no primeiro trimestre de 2016.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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