Sub-23 do Corinthians: pode ser um golaço
Opinião de Jorge Freitas
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O Corinthians anunciou nesta quarta-feira, 09, a criação de uma equipe sub-23, que abrigará jogadores da base, acima dos 20 anos, mas que não conseguiram se encontrar no time de cima do clube.
Visto no primeiro momento, a diretoria marcou um golaço.
Infelizmente, a Fiel Torcida está acostumada a ver grandes promessas simplesmente desaparecerem com a falta de espaço na equipe profissional. Por isso, criar uma equipe, exclusivamente com jogadores da base, é uma grande oportunidade para que não somente sigam jogando juntos, mas para que também se acostumem com um nível exigido acima das categorias de base.
Se em 2017 a base fez sucesso no clube, principalmente com a entrada de Maycon e a consolidação de Arana, certamente um dos motivos foi a subida conjunta de vários jogadores, o que fortalece a chegada dos jovens e os fazem se sentir menos "estranhos no ninho".
É claro que este time não pode - e nem deve - aumentar os custos do Timão com o futebol. A se cumprir a palavra de Duílio, o novo time sub-23 contará exclusivamente com jogadores da base, ou seja, não haverá gastos extras com contratação de jogadores, além daqueles normais, como viagens, material esportivo e comissão técnica.
É claro que nada disso é garantia de sucesso, afinal jogar no sub-23 ainda está longe de ser o mesmo que carregar o manto profissional, mas é uma transição que faltava ao clube, haja vista o grande número de jogadores que são multicampeões na base, mas acabam emprestados para times menores, como Oeste, Ponte Preta e São Bento, quando chegam no profissional.
Dessa forma, poderemos manter nossos jogadores próximos da equipe principal, com a eventualidade de convidá-los para treinar quando Carille (ou quem estiver no comando) precisar.
Aliás, integração com o profissional é fundamental (!) para que o sub-23 não seja apenas mais uma vitrine de empresários ou uma etapa a mais antes do término do contrato.
Vale lembrar que o Real Madrid, por exemplo, sustenta o Real Madrid Castilla, seu time B, no qual jogaram, por exemplo, Casemiro antes de virar o melhor primeiro volante do mundo e Vinícius Junior.
A diferença, óbvia, é que nem o volante nem o atacante vieram da base espanhola, mas o time "de baixo" foi fundamental para a adaptação desses jogadores.
É um projeto interessante que pode nos trazer jogadores importantes, que antes seriam emprestados eternamente até o final de seu contrato. Se não nos der craques, pode, em diversas vezes, trazer jogadores melhores do que muitos contratados por milhões e que ganham 100, 150 mil reais por mês no Timão (ou mais!)
Só para ilustrar, imagine se não houver espaço para Oya no profissional do Timão nesse ano. Mantê-lo próximo aos profissionais, vestindo a camisa do Timão, é infinitamente melhor do que jogá-lo para carregar um time fraco pela Série B.
É ter esperança, mas, acima de tudo, profissionalismo para que o projeto tenha sucesso e renda frutos.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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