Um ensinamento oportuno de Dr. Sócrates pós-Dérbi
Opinião de Jorge Freitas
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"A derrota é quem ensina, nos faz reavaliar quem somos, o que somos e o que pretendemos ser".
Se Dr. Sócrates estivesse hoje no vestiário do Corinthians, certamente proferiria novamente esta frase. A derrota para o Palmeiras está longe de ser considerada normal. Não se perde para um rival por 4 a 0, especialmente quando se vem de quatro vitórias consecutivas contra um time com uma maratona de jogos e com espaços de descontos de menos de dois dias completos.
Ou ao menos não se deveria perder.
O Corinthians foi dominado taticamente por um rival tranquilamente superior. Não à toa, está nas finais da Copa do Brasil e da Libertadores, além de vivo pela disputa do título brasileiro.
E o que isso pode servir para nós? Precisamos, como diz o Doutor, reavaliar quem somos e o que pretendemos ser.
Certamente, melhoramos e reaprendemos a jogar com uma confiança que não se via desde pelo menos o começo de 2019, mas estamos longe dos grandes rivais do Brasil e da América. O fato de só termos ameaçado o rival em bolas aéreas indica que ainda estamos em reconstrução e necessitamos de readequação tática se não quisermos nos limitar a mais um ano sem conquistas, pois ainda não é possível propor um jogo contra um time reconhecidamente mais sólido e pronto para golpear e ser fatal em uma ou duas jogadas da mesma forma que se propõe contra rivais da zona do rebaixamento.
Aliás, quando vivia boa fase pelo Atlético-GO, Vagner Mancini tentou propor o jogo no Morumbi contra o São Paulo e saiu de lá com um 3 a 0 negativo. Hoje, tentou fazer algo parecido, o que indica que precisa entender que num time em formação não se joga da mesma forma contra qualquer adversário e que é preciso respeitar seus limites.
Sócrates também dizia que o importante não era vencer, mas sim atingir seu limite. Faltou vontade, faltou entrega, mas falta também continuidade e amadurecimento. Nada que nos impeça de ganhar a maioria dos confrontos, como contra Fluminense, Coritiba, Goiás e Botafogo, mas o suficiente para nos deixar longe do topo, especialmente se falarmos da América.
Sobre o que pretendemos ser, já sabemos bem e há condição para isso, mas precisamos contratar pontualmente, sem fazer loucuras. Escrevi na semana passada que a urgência é um centroavante mais jovem, o que ficou ainda mais claro depois do jogo de hoje, já que Jô parece sempre ser um homem a menos.
O resto, vem com treinamento, adaptação e, principalmente, manutenção do trabalho.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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