O que incomoda na possível contratação de Júnior Moraes
Opinião de Jorge Freitas
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Quando o Corinthians estava procurando um novo treinador, e o nome de Jorge Jesus surgiu imediatamente após a queda de Sylvinho, comentei que esta seria a escolha mais preguiçosa que o clube poderia fazer.
Preguiçosa, pois é muito mais fácil trazer JJ, caso de sucesso no Brasil, do que procurar outros treinadores promissores que possam vir para fazer um trabalho igual ou melhor que o antigo treinador do Flamengo.
Tudo indicava que o Corinthians não possuía centro de inteligência capaz de determinar um novo nome além daqueles óbvios levantados pela imprensa e pela torcida.
Agora chegou a vez de trazer um centroavante e o nome do momento é Júnior Moraes, brasileiro de 34 anos, que deixou a Ucrânia e está livre para assinar com qualquer clube.
Uma contratação dessa é bastante contestável. Moraes tem boa carreira na Ucrânia, o que não é mesmo uma grande coisa. Não se sabe como chegaria fisicamente o novo reforço, mas sabemos que aos 34 anos, o Corinthians volta a cometer o mesmo erro das últimas temporadas, quando jogou o tempo todo com centroavantes mais velhos tanto no banco quanto na titularidade (Boselli, Love e Jô).
Mas não é só isso o que incomoda nessa provável contratação. O pior de tudo é ver como o Corinthians não possui qualquer centro de inteligência para encontrar bons nomes, além dos óbvios que aparecem na porta do clube.
Suárez e Cavani são jogadores de reconhecimento mundial. Diego Costa e Júnior Moraes apareceram sem que ninguém precisasse procurá-los. Não há nomes diferentes.
Aquele Corinthians que descobria Paulinho, Cássio, Douglas, Jorge Henrique, Elias, Guerrero, dentre outros, parece não existir mais.
Não se é capaz nem de achar um lateral-esquerdo melhor que esses do elenco.
O que quero dizer é que até se justifica não buscar jogadores menos conhecidos pela esperança de contar com os uruguaios, mas é impossível afirmar que Moraes possa trazer mais para a equipe que algum outro centroavante com potencial menos reconhecido. Aos 34 anos, o centroavante terá apenas agora sua primeira grande experiência na carreira.
Nada contra o jogador, mas sonhar com Cavani e acordar com Júnior Moraes e seus 34 anos é desaforo. Não por ele, mas será que com um centro de inteligência capacitado não acharíamos um centroavante melhor e mais jovem?
Enfim, é claro que pode dar certo, mas quem não se moderniza nem tem planejamento sempre pagará mais caro e correrá mais riscos.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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