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Precisamos falar sobre a defesa do Corinthians
Julia Raya

Estagiária do Meu Timão e estudante de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo-SP. Tem 17 anos e é corinthiana há 18. Sempre viveu com o Corinthians e agora trabalha com ele também.

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Precisamos falar sobre a defesa do Corinthians

Gil e Fábio Santos são dois dos pilares do time corinthiano, mas estão enfrentando dificuldades dentro de campo

Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

É notório e indiscutível que a defesa do Corinthians caiu de rendimento. O que vinha sendo o ponto forte do time de Vagner Mancini, a base que sustentava a retomada dos bons desempenhos do time como um todo, hoje é, mais uma vez, um dos grandes problemas do Corinthians.

Durante o jogo da última quinta-feira, fiz uma observação e um registro no meu Twitter: o Corinthians deixou três dos seus últimos quatro adversários colocarem 2 a 0 no placar ainda no primeiro tempo. Além disso, a equipe perdeu três dos cinco jogos que disputou em 2021. Nas duas vitórias sequer foi vazado, mas nas três derrotas o cenário foi o citado acima.

Eu aproveitei a oportunidade e questionei o que vem aconteceu com a defesa que possa ter levado a esse cenário, e recebi algumas respostas que motivaram essa coluna. Minha intenção aqui não é encontrar um único problema e muito menos apontar a "solução ideal" para corrigi-lo, mas sim refletir sobre ele.

Cobertor curto?!

Mancini deixou claro, desde sua primeira entrevista coletiva no Corinthians, que seu objetivo era salvar o time do rebaixamento. Para isso, o treinador apresentou o "passo a passo" de reorganização do Timão e contou que o primeiro ponto a ser atacado era a defesa. Foram 27 gols sofridos sob o comando de Tiago Nunes, oito com Coelho como treinador e 20 desde a chegada de Mancini. Mas mais que sofrer menos gols, vimos a evolução da equipe em desempenho.

A defesa que tinha atuações duvidosas passou a ter atuações seguras. E não necessariamente por sequência, já que vimos Gil, Jemerson, Bruno Méndez e Marllon se revezarem e formarem quatro duplas diferentes desde a chegada do treinador - a dupla formada por Marllon e Gil foi a que mais teve sequência e sequer é considerada a dupla titular.

Ótimo, defesa arrumada. O passo seguinte, então, era o ataque. E foi aí que o cobertor ficou curto.

A "metáfora" foi levantada pela torcedora Patrícia Castro nos comentários, que apontou que talvez a qualidade do elenco não seja suficiente para ter os dois setores de extrema qualidade. Arrumou um, perde no outro e vice-versa. Esse talvez seja um ponto que se complemente pelo tópico seguinte.

Jogo muito ofensivo?

Um torcedor levantou um ponto que me fez refletir. "Mancini usa os volantes e laterais para atacar e a defesa fica sem ninguém". De cara, parece uma opção descartável já que Fagner, por exemplo, sempre ajudou a equipe ofensivamente. Mas será que o cenário ainda é o mesmo?

Para o lateral-direito talvez sim, mas para algumas peças não. Na lateral esquerda, por exemplo, não. E para alguns volantes também não. A partida do Cantillo contra o Bahia, por exemplo, explicitou que o volante não tem tanto poder de marcação e recomposição. Ele foi vencido com (muita) facilidade pelo adversário no lance do segundo gol. E a dificuldade do atleta nesse quesito realmente deixa o meio de campo "aberto" ao adversário.

E a lateral-esquerda?

Pois é. Quem chegou como a grande solução do Corinthians no segundo semestre de 2020 (e realmente foi!) hoje já não se mostra mais tão decisivo. Por sinal, o atleta foi apontado por dois torcedores nesse meu tweet como responsável pela queda defensiva do time.

Fábio Santos disputou 14 dos 17 jogos desde que chegou ao clube. O cansaço do camisa 26 é nítido, ele já não tem mais a mesma rapidez/ qualidade na recomposição e, quando vai ao ataque, as vezes perde na corrida para o adversário na hora de reassumir seu papel defensivo.

Diante do Bahia, Fábio Santos foi substituído pela primeira vez por Vagner Mancini. Alguns jogos no banco não seria um problema, se contássemos com Piton, mas o jovem se recupera de cirurgia e ainda não pode entrar em campo. Assim, Fábio não tem um substituto - na quinta, o zagueiro Raul Gustavo atuou improvisado. O que fazer? Seguir com Fábio Santos entre os titulares parece ser a decisão certa a ser tomada, por mais que não seja a melhor no cenário ideal.

E na zaga, tem gente que merece banco?

O Corinthians vem de uma inconstância na sua dupla de zaga, que agora deve ser mantida com Bruno Méndez e Gil por forças maiores - Jemerson está lesionado e ainda deve ficar fora por mais alguns jogos.

O time sentiu a falta do zagueiro e se desestabilizou? Essa foi uma hipótese levantada por dois torcedores. Acredito que possa ter um pouco disso, mas não acho que seja esse o grande problema. Apesar de algumas falhas, não acho que Bruno Méndez esteja fazendo partidas ruins.

É, talvez o problema seja com Gil. Essa foi a opinião de outros dois torcedores. E realmente, o zagueiro caiu de rendimento e falhou em lances cruciais nos últimos jogos. Será que o camisa 4 precisa de descanso? Merece ficar um pouco no banco?

E a confiança, como vai?

Esse foi um ponto que, na verdade, só me dei conta parando para pensar depois da última coletiva de Mancini. O treinador falou em voltar a conquistar a confiança dos jogadores, falou em "recuperação".

Uma coisa tem ficado clara: quando o adversário abre o placar, o Corinthians se abala e não consegue buscar a reação, mas quando quem marca primeiro é o Timão, a equipe cresce na partida. A primeira situação ficou clara no Dérbi e no jogo contra o Bahia, enquanto a segunda vimos acontecer diante de Fluminense e Sport.

Talvez não tão nítida e drasticamente quanto antes, mas o Corinthians parece ter mesmo perdido confiança. Mancini precisa recuperá-la o quanto antes.

O tal dos 45 pontos

Um único torcedor citou a "meta" dos 45 pontos já alcançada como motivo para um "relaxamento" do elenco. "Parece que tão nem aí agora que já fizeram os 45 pontos, muito estranho cara". Eu, de cara, deixei essa hipótese de lado. Nem ia trazê-la para essa coluna, mas o cenário mudou.

Uma apuração do Meu Timão mostrou que, internamente, esse é sim um dos pontos levantados como possíveis causadores da queda de rendimento do Corinthians. Mancini precisa reverter esse cenário o mais rápido possível.

Vagner Mancini mostrou ter sido um acerto confiar em seu trabalho em 2020. Mas será um acerto manter essa confiança para 2021? Preciso deixar claro que sou da opinião de que sim, vale a pena apostar no trabalho do treinador para a próxima temporada. Mas Mancini precisa agir.

Veja mais em: Elenco do Corinthians.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Julia Raya

Estagiária do Meu Timão e estudante de Jornalismo na Faculdade Cásper Líbero, em São Paulo-SP. Tem 17 anos e é corinthiana há 18. Sempre viveu com o Corinthians e agora trabalha com ele também.

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