Uma solução europeia no Sub-23 do Corinthians
Opinião de Luis Fabiani
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A equipe Sub-23 do Corinthians é, acima de tudo, polêmica. As contratações bizarras, somadas à uma postura omissa da diretoria alvinegra, dão margem para todos as teorias da conspiração possíveis. Não é pra menos. Afinal, a contratação um jogador de 26 anos que coincidentemente (ou não!) é filho de um conselheiro do clube é só mais uma dessas polêmicas.
E por total culpa da diretoria alvinegra, o sentimento dos torcedores à categoria é de repulsa. Ninguém se interessa por nada que vêm dali. O que poderia ser um projeto bastante ambicioso acabou virando mais um motivo para criticar o segundo mandato de Andrés Sanchez. E na humilde opinião deste colunista, o erro não está na criação da categoria - mas sim na maneira com a qual está sendo gerida.
Para elaborar um projeto como esse, o mínimo seria olhar os exemplos de sucesso ao redor do mundo. Aqui no Brasil, quem se destaca é o Athletico. Os paranaenses formaram dois jogadores que estiveram na penúltima convocação da seleção e disputam partidas regularmente ao longo do ano, incluindo todas do campeonato estadual. A categoria ainda ajudou a evidenciar Tiago Nunes, um dos treinadores mais vitoriosos da história do clube.
A torcida passa a conhecer seus atletas em formação. Dessa maneira, todo o processo acaba sendo mais transparente e justo com os torcedores. Quem não gosta de ver as joias da Copinha atuando mais regularmente nas categorias superiores?
E podemos ir até mais longe para citar exemplos de sucesso. O Barcelona "B", que é a principal ramificação do gigantesco clube espanhol, disputa a Segunda División B, que equivaleria à terceira divisão do país. Por lá, passaram Guardiola (como jogador e técnico), Messi, Busquets, Xavi, Iniesta, Puyol, Piqué, entre outros. Por ali, é uma aula de como gerir suas categorias de base. O pensamento é sempre a longo prazo.
E é por exemplos como estes que a categoria Sub-23 do Corinthians tem que ser repensada. A estranha opção em não disputar a Copa Paulista deixa aberta a possibilidade do alvinegro entrar em campo apenas oito vezes na temporada. OITO VEZES. Que tipo de planejamento é esse? Que ganho técnico você oferece aos seus jogadores?
Enquanto a categoria for tão nebulosa, a cúpula alvinegra não terá margem para reclamar das críticas. E eu estou totalmente aberto para ouvir as respostas da diretoria alvinegra para os questionamentos que fiz ao longo deste texto.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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