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Preocupação e esperança
Marco Bello

Setorista do Corinthians desde 2009 pela Rádio Transamérica, Marco Bello acompanha o dia a dia do clube

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Preocupação e esperança

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Foto: Rodrigo Coca - Agência Corinthians

Preocupação.

É o sentimento que tive ao voltar ao Brasil após 47 dias de trabalho na Copa do Mundo, olhando para o que aconteceu com o Corinthians.

As vendas e saídas de jogadores não foram uma surpresa. Não fugiram tanto ao esperado.

Maycon já iria sair, estava certo.

Sidcley não era esperado, mas estava emprestado até o final do ano apenas, era uma peça de encaixe emergencial após a saída de Guilherme Arana e o fracasso de Juninho Capixaba.

Balbuena e Rodriguinho, que falta farão!

Na minha modesta opinião, se tivesse que escolher um para ficar, ficaria com o zagueiro.

Rodriguinho teve momentos mágicos no Corinthians, fez belos gols, era um dos líderes. Mas é um jogador “comum”. Nada de outro planeta. Lógico que fará falta, mas há reposição à altura.

Para Balbuena o buraco é mais embaixo. O jogador era um líder positivo, um caráter exemplar, um zagueiro virtuoso, combativo, que encarnou a imagem do clube dentro de campo. Um ídolo.

Zagueiros como ele, tecnicamente, não são impossíveis de se achar. A personalidade é bem mais difícil. Foi um verdadeiro capitão, independente da faixa.

Dito isso, o time que ficou não é ruim. Não é uma seleção, lógico. Para o tamanho do Corinthians, deveria haver mais craques, mais ídolos, jogadores consagrados, goleadores, etc.

Mas no futebol brasileiro quem tem tudo isso?

Crise, meu amigo. Uma das únicas coisas em que concordo com o presidente Andrés Sanchez e espero que o leitor deste site, inteligente que é, entenda: dólar a R$ 4. Euro a R$ 4,50.

Um salário “baixo” na Europa, para um jogador de clube médio, é de 150, 200 mil euros. Mais de R$ 800 mil.

Fora a realidade absurda do nosso país de pagarmos tudo mais caro. Carro, casa, transporte, telefonia, segurança, etc. Ganhamos menos e pagamos mais.

Quem que está lendo este site não aceitaria uma oferta para morar na Europa ganhando 4X mais e gastando menos?

Em resumo, não se pode culpar os jogadores que saíram. Tampouco não acho que o presidente corinthiano seja o culpado.

Reposição à altura, isso sim. Aí a responsabilidade é da diretoria, do presidente. Se vender um jogador, tem que revelar pelo menos três para que um consiga se ajustar no time de cima. Contratar certo. Há todo um time de analistas de desempenho trabalhando para isso. Hoje em dia, talvez o torcedor não saiba, mas quase todos os jogadores do mundo são monitorados quase em tempo real pelos clubes de futebol. Seu desempenho, seus números, seu crescimento.

Hoje em dia não se contrata por DVD, por melhores momentos, ou mesmo por “olheiros” no estádio. Está muito mais fácil! É olhar os números e achar aquele talento perdido no futebol de Singapura que adoraria voltar para o Brasil e não custa nada. Ou aquela sensação da Série C do Amazonas que ninguém olhou ainda. É só olhar os números. E pagar pouco.

Isso é responsabilidade da diretoria.

Quanto ao técnico: não mudo minha opinião em relação ao Loss.

É bom treinador. Lhe falta um pouco de experiência, óbvio. Ele não teve 10 anos como auxiliar de um dos melhores técnicos do Brasil como teve o Carille. Não teve todo esse tempo para amadurecer.

Entende muito de futebol. Mas treinador não é só isso. Treinador de futebol precisa ser psicólogo, pai, irmão, chefe, padre, pastor, conciliador, etc.

Talvez este seja o maior problema hoje em dia. Loss talvez ainda não tenha conquistado o grupo, como Carille conquistou.

Cheguei a ouvir o seguinte quando ele assumiu o comando técnico, de uma pessoa lá de dentro: “Por que eu vou ajudar ele se ele nunca me ajudou?”

Este acho que vai ser o maior trabalho do bom treinador do Timão.

A Copa do Mundo provou – mais uma vez - que não se ganha campeonatos apenas com os melhores jogadores, com craques.

Quem ganha campeonatos são os melhores times, equipes, com a maior motivação, união, objetivo comum.

Se você tiver 23, 24, 25 jogadores na mesma sintonia, lutando juntos, cumprindo rigorosamente seu papel dentro de campo, você vai ser forte. Mesmo sem tantos craques.

Isso o Corinthians consegue. Já conseguiu muitas vezes na história. Por que não conseguiria de novo? Depois da preocupação vem a esperança. Mas vai ter muito trabalho pela frente.

Veja mais em: Elenco do Corinthians e Diretoria do Corinthians.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Marco Bello

Marco Bello é jornalista, apresentador e repórter da Rede Transamérica de Rádio, setorista do Corinthians desde 2009

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