Justiça e injustiça com Cristóvão
Opinião de Marco Bello
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Desde que chegou ao Corinthians no segundo semestre deste ano, o técnico Cristóvão Borges vem passando por um turbilhão de críticas da torcida corinthiana e também de grande parte da imprensa paulista.
O primeiro motivo óbvio é a comparação com o antecessor Tite, o técnico mais vitorioso da história do clube.
Qualquer treinador que chegasse após Tite seria cobrado injustamente e exageradamente.
Cristóvão já disse estar preparado para isso.
No início do trabalho, o time (ainda jogando no esquema que Tite tinha deixado) engatou quatro vitórias consecutivas no Campeonato Brasileiro e Cristóvão alcançou status de bom treinador.
Após este início, porém, o time começou a alternar resultados bons e ruins. Se manteve entre os quatro melhores do campeonato pelos resultados conquistados em casa, mas parou de fazer pontos fora de seus domínios.
E principalmente: Cristóvão começou a errar muito.
Errou ao não manter uma equipe padrão. Errou em substituições. Errou até em não substituir (caso do último jogo, contra o Coritiba).
Cristóvão NÃO é um péssimo treinador. Não é cego, tampouco burro, como parte da torcida pode pensar.
Também não é um super-técnico, não está no nível de Tite, de Mano Menezes, de Cuca, de Levir Culpi.
Precisa de experiência em equipes grandes, em decisões, precisa passar por estágios que talvez o Corinthians atual não permita.
Cabe aqui nesta análise o fato de diversos jogadores terem saído durante os primeiros meses de seu trabalho: Bruno Henrique (que fazia um ótimo campeonato e era a base do meio-campo da equipe), Felipe, Elias, André.
Não citarei Pato por razões óbvias.
Um problema causado pela diretoria que tira um pouco da responsabilidade de Cristóvão.
Talvez um super treinador, um técnico top conseguiria lidar com isso e refazer rapidamente a equipe.
Cristóvão não é esse cara.
O time é ruim. São poucos os jogadores acima da nota 6 no elenco. Dos que são acima, muitos estão jogando abaixo disso.
Talvez isto sirva de defesa para Cristóvão, que tem pouquíssimo material para trabalhar.
Ou talvez nessa hora um treinador acima da média seria mais necessário do que nunca.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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