Streaming na Internet é o futuro do futebol? Estreia do Corinthians na Sul-Americana pode mostrar que sim
Opinião de Rafael Bianco
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O jogo do Corinthians com o Racing pela Sul-Americana gerou recordes de audiências em todos os lugares, seja na TV aberta ou pela Internet. Os números expressivos apenas alimentam a discussão a respeito do futuro das transmissões de futebol.
Se na TV aberta o confronto desta quinta-feira representou o maior número do Ibope para a RedeTV! em sete anos, os números na Internet são ainda mais expressivos, com a transmissão do canal DAZN sendo o vídeo mais assistido do Brasil nas últimas 24 horas.
Há quem defenda que o futuro está justamente em transmissões na Internet, e esse é um mercado que de fato não deve ser ignorado.
A Netflix, gigante do mundo de streaming, já admitiu publicamente que não tem tanto medo do canal de TV HBO, que seria o seu maior concorrente nas televisões. O maior receio da empresa está justamente em transmissões espalhadas pela Internet, citando como exemplo o jogo Fortnite, que aglomerou mais de dez milhões de pessoas durante um show virtual no início do mês.
Com um pico de 273 mil espectadores simultâneos e mais de 1,5 milhão de visualizações, a transmissão do jogo Corinthians na Internet apresentou uma possibilidade inovadora para o clube.
Se começar a transmitir os seus próprios jogos, o Timão poderia cobrar um preço básico ao torcedor e ainda negociar todos os contratos de patrocínios diretamente, abrindo um mar de possibilidades.
Com números bem conservadores, de 300 mil espectadores (1% da torcida) e R$ 15 mensais para assistir os jogos do Corinthians, valor muito menor do que os R$ 80 cobrados pelo Premiere, o clube abriria a possibilidade de uma renda de mais de R$ 50 milhões por ano. Com as suas regras.
Aumentando o preço ou a audiência, é possível chegar perto e até mesmo superar os valores oferecidos pela Globo. A diferença, no entanto, está no fato de que todos os jogos teriam a garantia de transmissão, o que permite negociar patrocínios muito maiores.
Há, no entanto, quem defenda o outro lado. No melhor cenário, em caso de título brasileiro em 2019, o Corinthians pode receber R$ 271 milhões da emissora carioca, que é um dinheiro já garantido e maior do que a aposta do streaming.
A grande questão está na exibição das partidas. São poucos os jogos que atualmente passam na TV aberta, o que força os torcedores a abrirem a carteira e assinarem o pay-per-view, que custa relativamente caro e acaba afastando muitos corinthianos.
Outro problema está também no fato de que a conexão de Internet do Brasil ainda é muito restrita, com muitos locais sem acesso a planos que possibilitem acompanhar a uma partida ao vivo em serviços de streaming.
Analisando tudo, pode até ser que a TV domine o futebol por mais algum tempo, mas é importante o Corinthians abrir os olhos para um grande mercado em potencial.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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