eSports: um projeto que deu certo no início, mas foi desmanchado e abandonado
Opinião de Rafael Bianco
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Tem duas coisas que gosto de acompanhar e me inteirar sobre: Corinthians e Videogames. Neste segundo, sou apaixonado por alguns jogos multiplayer, em que vários jogadores disputam uma mesma partida, o que abre a possibilidade para a realização de campeonatos. É algo que já vem acontecendo a um bom tempo, e se popularizado mundialmente.
Em um último estudo divulgado no ano passado, o mundo dos games faturou cerca de US$ 91 bilhões somente em 2016, o que representa muito mais do que os outros dois principais ramos do entretenimento somados. O cinema e a música faturaram "apenas" US$ 53 bilhões juntos.
O mais importante na minha visão, porém, não é o dinheiro, e sim associar novos torcedores ao clube. Temos que admitir, o futebol não tem a mesma força do passado, principalmente aqui no Brasil, onde já encontramos diversos garotos que preferem torcer somente para times europeus, onde acabam se identificando muito mais. Assim como também existem jovens que torcem apenas para associações de eSports.
Isso abre uma possibilidade de interação muito grande. E aqui no Brasil o mercado já é bem consolidado.
O Corinthians até chegou a investir neste mercado em meados de 2017, quando anunciou a sua parceria com a Red Canids. Na época, o Timão disputou os campeonatos de League of Legends e Rainbow Six Siege, dois jogos que possuem uma grande popularidade no Brasil e campeonatos bem desenvolvidos.
Mesmo com alguns resultados interessantes, no entanto, a investida não foi pra frente, sendo desmanchada no início de 2018. Tudo por causa de um regulamento do Corinthians, que não permite que conselheiros tenham vínculo empresarial com o clube. Na oportunidade, parte da organização havia sido vendida justamente a um conselheiro do Timão, e por isso ele saiu da jogada.
O que mais me surpreende nesse intervalo de cerca de um ano, é que o Corinthians não se reaproximou do mercado. Pode até ser que faltaram oportunidades, mas quanto mais tempo ficar de fora, mais difícil será para se consolidar no futuro.
O Flamengo, por exemplo, é um time que criou a sua própria equipe em um momento parecido com o Corinthians, e nesse meio tempo conseguiu se tornar uma das mais fortes. No CBLoL em 2019, o clube carioca disputou lidera com folga depois de disputar 17 partidas e vencer 16. Vencendo o segundo split, no final do ano, eles ganham a chance de disputar até mesmo o mundial da modalidade.
Além do League of Legends, o próprio Rainbow Six Siege apresenta competições interessantes, mas tem diversos outros jogos na parada, como é o caso do Counter Strike: Global Offensive, Fortnite, Overwatch, Dota 2, Crossfire, e por aí vai...
Além destes ainda temos o FIFA, que vai até mesmo desenvolver uma Copa do Mundo agora, com precedentes para uma Liga super interessante aqui no Brasil. O problema é que ele fica um pouco mais distante, por causa da parceria do Timão com o PES, seu maior concorrente. E o Corinthians até participa do E-Brasileirão, mas ele é somente representado por um atleta, sem vínculo algum com ele.
Com projetos super interessantes em outros esportes, por que não se aproximar do mundo dos games novamente? Será que ainda veremos o Timão neste mercado um dia?
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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