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Ser falso 9 vai muito além de colocar um jogador do meio campo para ser a referência
Tática com Jow

Escrevo sobre o que rola dentro das quatro linhas de um campo de futebol.

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Ser falso 9 vai muito além de colocar um jogador do meio campo para ser a referência.

Coluna do João Marcos Blunck Vojnovic

Opinião de Tática com Jow

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Ser falso 9 vai muito além de colocar um jogador do meio campo para ser a referência.

Renato Augusto gerando espaço.

Foto: Reprodução: Premiere

Antes de começar, gostaria de explicar o que é um falso 9 na minha visão de quem analisa e estuda o jogo, obviamente não quero dizer que isso é uma verdade absoluta. Bom, nas mídias esportivas brasileiras, muito se fala de falso 9. Muitos consideram que, qualquer jogador que não é atacante, quando atua avançado, vira um falso 9. Já que estou aqui no Meu Timão, vou dar um exemplo do ano de 2020... Todo jogo que Leo Natel era o titular, falavam que o Corinthians jogou com falso 9. Essa fala parte do ponto que, se o Leo Natel é um ponta e ele joga avançado, ele acabou se tornando um falso 9.

Na minha opinião é um equívoco bem grande... Na minha visão, falso 9 é um esquema que, aí sim, tem um jogador executando essa função. Ou seja, considero falso 9 quando a intenção é fazer com que o jogador saia da referência e gere dúvida na defesa adversária. Levando isso para o Corinthians no último jogo, seria o Renato Augusto sair da referência e gerar dúvida na zaga do Atlético... Se o Rever/Nathan Silva acompanharem, vai ter sido gerado um espaço para alguém do Corinthians infiltrar, se os zagueiros não acompanharem, ele estará livre para girar e partir pra cima. Ou seja, considero um falso 9 quando a intenção existe com esse jogador.

O que aconteceu em Corinthians x Atlético Mineiro me fez pensar se realmente a intenção era ter o Renato de falso 9 ou como um centroavante mesmo... Já que ele jogava de costas, atraia o Rever e ninguém infiltrava. Veja essa imagem:

RA

Reprodução: Premiere

Olhem como o Renato está de costas, saindo da referência e fazendo realmente uma função de falso 9 atraindo o Rever com ele. Mas veja que o espaço que ele gera, está vazio... Roger Guedes tem a instrução de ficar preso ao lado esquerdo, Mosquito a mesma coisa no lado direito, Giuliano tem que ajudar na saída de bola... Então será que a intenção e o esquema é realmente jogar com falso 9?

Eu te faço uma pergunta, caro leitor... Quantas vezes a gente já não viu o Jô ir no meio de campo para fazer um pivô... Mas ele nunca foi chamado de falso 9. Contra o Atlético Mineiro, o Corinthians não jogou com a intenção de ter um falso 9 e nem com um esquema que joga dessa maneira.

Um exemplo bem legal de falso 9, é o Firmino no Liverpool... Talvez seja até injusto eu comparar, já que ele é o melhor Falso 9 do mundo no melhor esquema que joga com falso 9... Quando Firmino faz essa movimentação que o Renato fez contra o Atlético, Mané e Salah infiltram e viram atacantes para ocupar esse espaço gerado pelo camisa 9.

Um exemplo que talvez seja mais conhecido por vocês, foi o Danilo em 2015 naquele golaço do Corinthians contra o São Paulo... Vejam que o Danilo atrai os zagueiros e nisso Elias infiltra no espaço gerado pelo falso 9... Ou seja, a INTENÇÃO é essa.

O que pareceu ser em Atlético x Corinthians, é que o time do Sylvinho não tinha essa intenção. Já que quando o Renato atraia os zagueiros, ninguém infiltrava, ninguém dava profundidade. Para ser sincero e posso ir contra a maioria, eu gostaria de ver em alguns jogos o Renato como falso 9, claro que na intenção de ter ele assim. Ou seja, gerando espaço e Giuliano/Guedes/Mosquito atacando esse espaço.

Deixo aqui um vídeo que falo mais sobre isso:

Veja mais em: Renato Augusto, Sylvinho, Tite, Danilo e Corinthians x Atlético-MG.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Coluna do João Marcos Blunck Vojnovic

Por João Marcos Blunck Vojnovic

Estudioso e apaixonado por tática e todas as suas variações.

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