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Diretoria, ajuda a (te) defender
Victor Farinelli

Victor Farinelli é um jornalista brasileiro e corinthiano residente no Chile, colabora como correspondente de meios brasileiros como Opera Mundi, Carta Capital, Revista Fórum e Carta Maior.

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Diretoria, ajuda a (te) defender

Corinthians precisa de um reforço na zaga

Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians

Chegou Mauro Boselli, artilheiro do futebol mexicano, pra resolver o problema da falta de gols, num elenco que já tem Roger, Romero (que ninguém sabe se fica), Clayson, Jonathas, Sérgio Díaz, André Luis e Gustavo Mosquito, além do regressado Gustagol, e sem contar as possíveis chegadas de Luan e Vagner Love – no grupo de WhatsApp em que participo, ao menos o segundo está sendo bastante aguardado, mesmo que seja em nome da zoeira, pra que ele forme com o argentino um ataque que seria chamado “Tango do Amor”.

A prioridade dada ao ataque na hora de buscar reforços é justa. Afinal, a falta de gols foi um problema grave que tivemos em 2018, especialmente no segundo semestre. Mas não pode vir junto com um menosprezo ou omissão a respeito de outras carências do time.

Parece meio surreal falar da zaga como um setor que temos problemas, já que a grande característica do Corinthians desta década, (Mano/Tite/Carille) é a solidez defensiva, alicerce de times que nem sempre fizeram muitos gols, mas que ganhavam com o pouco que se anotava, porque o zero do adversário quase sempre estava garantido.

Em um vídeo recente, onde o Emerson Sheik lembra do título de 2012, ele fala muito bem disso, quando conta que o primeiro gol contra o Boca Juniors, no jogo do Pacaembu, deu a ele e a todos a certeza do título, porque “a gente sabia que os caras lá atrás não iam deixar passar nada”. Porque não deixavam mesmo.

E nem precisamos de grandes contratações pra isso. Foram poucos os reforços que trouxemos pra este setor durante a década, mas eles sempre chegaram na hora certa: Castán, Gil, Balbuena, Pablo, quando foi preciso incorporar gente nova pra manter a eficiência na retaguarda, o clube acertou.

No ano passado, veio o Henrique, um zagueiro experiente, mas veterano, que formou uma boa dupla com o Balbuena, mas que também foi menos efetiva que Balbuena/Pablo em 2017 – que, apesar de alguns vacilos na bola aérea, foi impenetrável em mais de 70% dos jogos. Ainda assim, a zaga de 2018 cresceu nos jogos grandes do primeiro semestre, como nas finais do Paulista, e nos ajudou muito a chegar ao bicampeonato.

Com a partida do sargento pro futebol inglês, o rendimento no setor caiu sensivelmente. Não quero ser dramático aqui, porque tampouco foi um desastre, o time não chegou a ser goleado nem nada, mas antes o zero do adversário era quase uma garantia, e dali em diante passamos a tomar um ou dois gols por jogo. Isso já seria um problema se estivéssemos fazendo gols pra garantir um empate ou uma vitória por 2 a 1 ou 3 a 2, e como não estávamos, esses gols sofridos, mesmo sendo em erros eventuais, muitas vezes significaram derrotas.

Por isso precisamos de ao menos um reforço pra defesa, porque o sistema que nós criamos nestes últimos dez anos depende dessa fortaleza pra voltar a ser bem sucedido. Não basta ser quase perfeito, tem que ser perfeito, e pra isso é preciso de um novo jogador que seja o referente, o líder da marcação, fazer o papel que o Balbuena vinha fazendo desde 2016, e que o Henrique parece conseguiu fazer no ano passado. Quem sabe com a companhia de um Gil, ou outro jogador mais experiente, ele possa voltar a render como nos seus primeiros meses no clube.

Tampouco quero queimar a garotada que vem ganhando espaço. Muito pelo contrário, acho que o Léo Santos é um zagueiro com um baita futuro. Suas poucas falhas até agora foram bem menos espalhafatosas do que as cometidas, por exemplo, pelo Felipe, zagueiro que foi questionadíssimo no clube durante três anos e que acabou saindo como um dos craques e líderes do time em 2015. Também é uma pena que se lembre do Léo mais por esses poucos erros do que por aquela boa que ele salvou em cima da linha contra a Chapecoense, em 2017, lance que foi vital pra conseguir aqueles três pontos em um momento em que o time não vinha bem no ano. Se o Gil viesse mesmo, acho que o Léo disputaria com a outra vaga com o Henrique.

Mas falo do Gil só figurativamente, já que seu retorno já foi descartado. Se é por razões financeiras, tudo bem, pois é correto que o clube tenha disciplina em seus gastos – como não tivemos em anos anteriores, e deu no que deu. Mas isso não deve significar um menosprezo à necessidade de ao menos um bom reforço pro setor defensivo. Tenho a impressão de que falta movimentação do clube pra cuidar dessa necessidade, mas quero crer que é só uma impressão errônea minha, baseada no fato de que, fora Gil (e agora Manoel, do Cruzeiro), não vi nenhum grande esforço ou mesmo uma declaração mais contundente de que o reforço pra posição é tratado como objetivo.

Precisamos de um novo zagueiro com condições de ser titular, até pra fazer com que os nomes que o elenco já possui se sintam estimulados a melhorar e disputar a titularidade. Se contratarmos um jogador com boas habilidades, e se Henrique, Léo Santos, Marllon e Pedro Henrique estão também em sua melhor forma, podemos voltar a ter aquela segurança que tivemos em quase toda esta última década, não importa quem jogue, e sem sobrecarregar nenhum deles. Essa é a ideia.

Claro, seria legal ter também um reforço pra lateral-esquerda, mas entendo a decisão do Carille de dar mais uma oportunidade ao Danilo Avelar, que alternou bons e maus momentos no ano passado. Sem contar que o Carlos Augusto vem pedindo espaço pra ser o novo Guilherme Arana. Na direita sim tivemos boas notícias, com a chegada do Michel Macedo. E na volância: Ralf, Richard, Renê Júnior, Gabriel, Thiaguinho e Douglas, garantia de quantidade e qualidade. Nem vou falar dos goleiros, pois vocês já sabem, estamos mais que sossegados.

Por isso, peço (e sonho) por um pouco mais de esmero da diretoria em trazer esse reforço decente pra nossa zaga, que complete um trabalho que, aí sim, poderá ser considerado irretocável, e que daria aquela tranquilidade que a Fiel se acostumou a ter nos últimos tempos.

Quando o time voltar a defender como sempre, aí diretoria, vai dar pra te defender.

Veja mais em: Elenco do Corinthians e Diretoria do Corinthians.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Victor Farinelli é um jornalista brasileiro e corinthiano residente no Chile, colabora como correspondente de meios brasileiros como Opera Mundi, Carta Capital, Revista Fórum e Carta Maior.

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    Jean 170 comentários

    @jean.carlos67 em

    Sobre zagueiro eu não ligo se é veterano ou não, sabendo se posicionar e errar muito pouco por jogo já é bem vindo... Vide Mauro Galvão que jogou até os 40 em alto nível.

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    Anthony 5339 comentários

    @antonny.noronha em

    Penso a mesma coisa, precisamos de um zagueiro pra ser companheiro do Léo ou do Pedro, o Henrique pode se livrar

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    Karlos 176 comentários

    42º. @karlos.robertolouren em

    Manoel e Henrique. Kkkkkk. É piada mesmo, tem que rir, para quem já viu Gamarra jogar agora se contentar com esses percebas. Diretoria incompetente, só afunda o Timão. VAI CORINTHIANS!

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    Jhonatan 113 comentários

    41º. @jhonatan.bispo em

    Uma dupla mabmoel e Henrique ficaria pesada demais seria muito fácil de passar com toques e dribles pela falta de velocidade, Manoel e Henrique disputam posição, na minha opinião.
    Léo Santos também não é muiito rápido mas é mais que os dois, tem bom bote e não é ruium no jogo aéreo, apesar das falhas no ano passado não deve ser descartado
    E por fim o Pedro Henrique é bom zagueiro, mais rápidos que os outros e com mais experiência que o Léo, pode ser um jogador interessante no miolo de zaga.
    Agora o Marlon eu preciso ver mais, gostei do que vi até agora.
    O importante é que o Carille sabe o que faz. Fé no professor!

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    Adhemar 970 comentários

    40º. @adhemar em

    Manoel e Henrique formarão uma dupla confiável. Pedro Henrique e Léo Santos tem que passar por um amadurecimento, ficarem mais "cascudos", eles ainda tem falhas infantis, terão que passar por um processo semelhante ao do Felipe e também, em menor escala, ao do Balbuena, lembram-se? Acho que com a dupla citada e Marllon, como primeiro reserva, vamos ter uma estabilidade maior na zaga.

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    Jean 15 comentários

    39º. @jean.roseno em

    Manoel é a solução?

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    Lucas 1479 comentários

    38º. @lucas.ibiapino.alve1 em

    Só discordo de uma coisa nessa matéria: "Danilo Avelar alternou bons e maus momentos " desculpa mais bons momentos quando? O cara foi mal em todos o jogos que esteve em campo, tem que se esforçar "MUITO" pra encontrar bons momentos do Danilo Avelar.