Base e Sul-Americana: um par inusitado que dá graça à competição
Opinião de Victor Godoy
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Luxemburgo tem optado por escalar atletas da base na Sul-Americana. A decisão foi um grande acerto do treinador tanto para o Corinthians quanto para a própria competição. Com a classificação para as oitavas isso se reafirma. A base deu liga com o torneio, que passou a ser objeto de maior atenção tanto para a torcida quanto para os jogadores e a comissão técnica.
A satisfação em ver esses jovens disputando um torneio continental atrai maior entusiasmo. Muito disso se dá pela maior identificação que a torcida acaba gerando com os atletas da base. Afinal, as Crias do Terrão precisam conquistar seu espaço e acabam gerando mais simpatia do que os já consolidados atletas do profissional. A relação que se tem - tanto torcida-jogador quanto jogador-Sul-Americana - é outra.
Além disso, como tudo para eles ainda é novo acaba gerando momentos que ficam na memória. Luxemburgo “pandeirando” para Felipe Augusto e Ryan provocando o caos no Peru são dois grandes exemplos disso. Essa falta de experiência sobre como se portar no futebol profissional é muito legal de se ver e o próprio “pofexô” sabe trabalhar isso bem com os recém promovidos.
Focando no campo, a Sul-Americana apresenta rivais a nível aceitável e só de ser continental agrega também bastante experiência. Jogar em um estádio sendo hostilizado por 80 mil pessoas é difícil. Assim, alguns atletas começam a despontar e possivelmente podem atrair maior atenção de Luxemburgo para a temporada. Foi assim com Moscardo, por exemplo, que atuou menos de 45 minutos contra o Liverpool, do Uruguai. A meu ver, Felipe Augusto é quem mais tem aproveitado as oportunidades em busca de maiores chances no principal. Fugindo da base, se Cássio não fosse o titular, Carlos Miguel já deveria ter assumido a meta alvinegra.
Há quem aponte uma possível falta de entrosamento. Discordo. A maior parte desses mais novos atuou boa parte da base juntos, inclusive na Copinha deste ano. Talvez os pontos fora em relação a isso sejam Rafael Ramos, Giuliano e Caetano. Todavia, o zagueiro tem sido o principal pilar na defesa do Corinthians e o português fez bons jogos - exceção para o último contra o Universitario.
A atual safra de jogadores nascidos entre 2005 e 2003 que têm conquistado chances no profissional é uma das melhores do Corinthians nos últimos anos. Além dos já escalados por Luxemburgo, outros brigam e devem conquistar chances no profissional. Basta saber se os atletas vão corresponder, se a torcida terá paciência e se o treinador conseguirá dar mais oportunidades a esses jovens no decorrer da temporada. Seja na Sul-Americana, no Brasileirão ou até na Copa do Brasil.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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