Gabriel fez o que poucos corinthianos (e brasileiros) fizeram
Opinião de Vitor Chicarolli
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No último sábado, meu amigo Lucas Faraldo publicou um texto no Meu Timão sobre o silêncio de atletas brasileiros em meio aos problemas crônicos da nossa sociedade. Eu, particularmente, concordo com tudo que ele disse.
Desde a morte de João Pedro, um jovem negro de 14 anos assassinado durante uma operação policial no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo (RJ), há mais de dez dias, poucos nomes do esporte nacional demonstraram publicamente a revolta pelo acontecimento.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a morte de George Floyd, causada por um policial branco durante abordagem, gerou revolta nacional. Diferente do Brasil, atletas e celebridades norte-americanas utilizaram as redes sociais para questionar o fato. Há de se ressaltar que alguns astros da NBA até foram para as ruas liderar manifestações.
Consequentemente, o ocorrido ganhou repercussão mundial. Nomes como Kylian Mbappé, Jadon Sancho e Weston McKennie também homenagearam George Floyd nas redes e até mesmo durante as partidas de seus respectivos times.
Com tamanha repercussão, portanto, brasileiros decidiram se posicionar, certo? Errado! Foram poucos que lamentaram publicamente a situação.
Pois bem. Neste domingo, o volante corinthiano Gabriel passou a fazer parte da minoria. Através de sua conta oficial no Twitter, o jogador fez três publicações sobre os recentes casos de racismo na sociedade mundial. E isso precisa servir de exemplo para seus companheiros de profissão!
A luta não é brancos contra negros, é de todo mundo contra racistas.
— Gabriel (@g_gabriel5) May 31, 2020
Não é coincidência. É RACISMO. pic.twitter.com/BWgFNzVQvi
— Gabriel (@g_gabriel5) May 31, 2020
— Gabriel (@g_gabriel5) May 31, 2020
Claro, jogadores não são obrigados a realizar nenhum tipo de posicionamento, mas pelo alcance de cada um acho super válido levantar bandeira contra o racismo. Em maio foi João Pedro, mas muitos inocentes já perderam a vida por conta da cor da pele no país.
Além de ídolos dentro de campo, eles precisam ganhar respeito longe das dependências de seus respectivos clubes. Não estou exigindo um lado político de cada atleta, mas sim uma bandeira contra o racismo. Basta!
"Imagina se um grande jogador de futebol, o Neymar, posta toda semana uma dica de livro no Instagram dele. Seria o livro mais lido do mundo. Mas não, ele tem outras prioridades", disse Gustavinho Lima, ex-camisa 10 do basquete corinthiano, em entrevista ao Meu Timão na semana passada.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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