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A eternidade no Pacaembu
Walter Falceta

Walter Falceta Jr. é paulistano, jornalista, neto de Michelle Antonio Falcetta, pintor e músico do Bom Retiro que aderiu ao Time do Povo em 1910. É membro do Núcleo de Estudos do Corinthians (NECO).

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A eternidade no Pacaembu

Coluna do Walter Falceta

Opinião de Walter Falceta

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A eternidade no Pacaembu

No velho Paca: problemas diante de um Cruzeiro modesto

Foto: Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

Um) Passou uma eternidade. Não, duas. Talvez, três. E nada de se ver atleta alvinegro disputar a jogada! O Cruzeiro passou anos e mais anos-luz com a bola nos pés, sob vaias da torcida. Até que Sobis, em penetração pela esquerda, serviu Ábila, que estufou as redes da meta defendida por Cassio.

Dois) Esse Corinthians de ausência machucou o torcedor que foi ao Pacaembu, palco das proezas de atletas raçudos e empenhados, como Idário, Wladimir e Biro-Biro. Têm razão os fiéis que, em turma boa de 33.416, compareceram ao velho municipal para empurrar o esquadrão mosqueteiro.

Três) É sina. Giovanni Augusto, que estreou as redes da Arena Corinthians, anotou seu tento neste retorno ao Pacaembu. O gol, no entanto, resume sua participação na disputa.

Quatro) Sim, Cassio abalroa o atacante celeste, no primeiro apagão corinthiano na partida. E somente isso. A imprensa retoma a tese da conspiração.

Cinco) Na horizontalidade, o Corinthians tem espaços de anos-luz entre seus armadores e atacantes. Na "largura", é um time descompactado. Depende das deslocações diagonais de um Marquinhos Gabriel para tecer as jogadas. Por vezes, a trama exige o avanço de um dos laterais.

Seis) Não se pode esperar de André a presença de referência na área. Deve muito o atleta, até mesmo ao seu próprio futebol de outras épocas.

Sete) Ninguém nega virtudes em Guilherme. Mas quando ingressa no time são raras suas participações na partida. Nesta segunda, quis copiar Renato Augusto em sua performance contra o Iraque, desperdiçando chance clara de gol no segundo tempo.

Oito) Chamar o técnico de burro, ainda durante o jogo? Não parece conduta frequente da Fiel. Se Romero era o homem da penetração pela esquerda, Cristóvão quis substituí-lo na função. E Marlone não decepcionou, no tempo curto em que atuou. Homem de área, no entanto, não temos. Sofremos na dependência de uma "gambiarra". E a última grande chance de gol foi entregue a Balbuena, sem vocação para esta arte.

Nove) A torcida gritou "raça, Timão", e aí, sim, honrou o costume exigente da nossa galera, desde 1910.

Dez) O Cruzeiro não é mais o time bobo de Paulo Bento. O substituto, Mano Menezes, compactou as linhas, fechou a porta da área com Henrique e Ariel, aqui e ali auxiliados por Robinho, e liberou o experiente Sobis para articular a jogada de ataque. Um feijão com arroz bem feito.

Onze) Ainda assim, não se justifica tamanho domínio do time mineiro em boa parte do segundo tempo. Os dois pontos que nos garantiriam a co-liderança foram desperdiçados na eternidade da ausência. É a mesma que, faz tempo, testemunhamos em outras representações brasileiras, como o selecionado canarinho. Nestes momentos, será que pensam no quê? Na paz mundial, na inclusão social, no lançamento da Ferrari ou no novo relógio Tag Heuer? O foco nasce da humildade.

Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.

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Por Walter Falceta

Walter Falceta Jr. é paulistano, jornalista, neto de Michelle Antonio Falcetta, pintor e músico do Bom Retiro que aderiu ao Time do Povo em 1910. É membro do Núcleo de Estudos do Corinthians (NECO).

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