Erro contra o Corinthians não gera faniquito
Opinião de Walter Falceta
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1) Mão grande contra o Coringão não gera escândalo. Renata Fan certamente não vai comparar a um ladrão de joias o bandeira Victor Hugo Imazu dos Santos, que anulou o gol legítimo de Balbuena, neste renhido prélio disputado no Mineirão. Nem a global Fátima Bernardes vai convocar psicólogos e filósofos para analisar o fenômeno da subtração de pontos.
2) Nada disso vai ocorrer, porque a indignação de parte da grande mídia é seletiva. Erros dessa natureza prejudicaram o Corinthians contra Coritiba, Flamengo e, agora, Cruzeiro. As reações sempre foram contidas, como se fossem previsíveis, parte do roteiro. Imagine, no entanto, se um gol cruzeirense fosse anulado desta forma...
3) O esculacho midiático se deve, em parte, ao silêncio medroso da direção corinthiana, especialmente do presidente Andrade. Como padrão, a cartolagem alvinegra se omite na defesa de nossos direitos e se cala diante da permanente inquisição anticorinthiana.
4) O Cruzeiro entrou em campo, neste domingo, ainda de ressaca pelos festejos que marcaram a justa conquista da Copa do Brasil. O Corinthians, no entanto, parecia envolvido no mesmo entorpecimento, atuando sem intensidade, com um meio de campo, para variar, opaco e enrolado.
5) Rodriguinho, no primeiro tempo, olhou muito para a bola e atrapalhou-se com ela, mantendo-se distante do padrão de criatividade requerido para alguém que já frequentou as convocações da Seleção Brasileira.
6) Jadson exibia-se como o pior atleta em campo, disperso, aparentemente com sono, entregando a bola religiosamente aos adversários azuis. Com ele, jogávamos com 10.
7) Sabemos das limitações de Kazim e também da insistência de Carille em fazê-lo o substituto de Jô. No entanto, sua ineficiência em muito se devia ao isolamento no ataque. Rodriguinho e Jadson não o viam, não o serviam, fazendo do turco um apêndice inútil da esquadra mosqueteira.
8) Se muito elogiamos as atuações de Arana, especialmente na primeira fase do campeonato, cabe agora um contraponto. Nesta partida, atuou de forma apagada, amarrado e sem a pegada que o caracteriza desde as divisões de base. Com certeza, a dupla de zaga posicionou-se mal quando do cruzamento do celeste Alisson. Como regra, essa bola de sobra exige a intervenção do lateral. Arana, porém, travou-se, deu as costas a Rafinha e permitiu que o atleta de 1,67 metro testasse de forma fatal contra a meta de Cassio.
9) No segundo tempo, o time de Mano Menezes encostou-se no resultado, esperando definir a partida em um contra-ataque. Melhorou a equipe mosqueteira com o ingresso de Marquinhos Gabriel, no lugar do inoperante Jadson. Mais ainda se fortaleceu com a entrada de Clayson, o mesmo que já empatara o jogo contra o São Paulo, no Morumbi, na rodada anterior. Neste quadro, Rodriguinho experimentou evolução em sua performance.
10) Cabe o debate: neste momento de baixo desempenho do Corinthians, não valeria conceder a titularidade a Clayson? Foi ele, em tiro da linha da cal, quem decretou o empate e estabeleceu em oito pontos a diferença em relação ao Santos.
11) O hepta poderia estar garantido a esta altura do certame. Poderia, mas não está. Porque o Corinthians se submete ainda a erros clamorosos de arbitragem, porque seus armadores parecem apáticos e porque ainda não se recuperou a pegada do primeiro turno. O sinal amarelo permanece aceso.
Vale a 12) Menção honrosa à Fiel, que compareceu em peso ao Mineirão e, mais uma vez, ofereceu um show no apoio ao time. Este é o maior patrimônio do Sport Club Corinthians Paulista: nossa gente!
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.