Alô, Carille! A garotada pede passagem
Opinião de Roberto Gomes Zanin
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Sei que ainda é cedo, mas dá para vislumbrar como será o Corinthians 2017.
Tenho uma boa e uma má notícia.
A boa, é que a versão deste ano tem tudo para ser melhor do que a de 2016.
Pablo acertará a zaga, auxiliado pela boa proteção de Gabriel. Aliás, uma coisa está ligada à outra. Discordo dos moderninhos e defendo que um bom primeiro volante é fundamental. O mito Ralf que o diga. Consagrou todos os zagueiros que jogaram com ele.
Claro, o sistema defensivo começa com a marcação exercida pelos homens da frente, o que não ocorria nos tempos de Cristóvão e Oswaldo. Carille retomou essa prática dos tempos de Adenor.
Léo Santos tem bola para ser titular. Balbuena que se cuide.
Moisés, o distraído, ainda não me convenceu, mas acredito que Arana voltará com a moral alta do Sul-Americano. Resumindo: a defesa está ok e como nos bons tempos, vai segurar o tranco.
A má notícia é que o problema está na segunda linha de 4. Apesar da boa organização e posicionamento (mais um ponto positivo para o treinador), esse setor carece, como diz o filósofo, de "ousada e alegria". Giovanni Augusto prende demais a bola e sempre opta pela jogada errada; Felipe Bastos e Marlone não conseguem desmontar as defesas e, principalmente, não municiam Jô. A exceção tem sido Rodriguinho.
O centroavante, aliás, tem demonstrado empenho. Percebe a secura e não se acomoda. Sai da área, vem buscar a bola, corre daqui, corre de lá, mas essa não é a dele. Jô precisa de um meio de campo mais criativo para receber mais passes que o deixem em condições de finalizar.
Enfim, depois de tantos parágrafos, chego ao tema deste artigo. Diante desse quadro, Pedrinho, Mantuan, Carlinhos, Léo Jabá e Maycon pedem passagem. Para falar de apenas um deles, diante do futebol burocrático apresentado contra a Caldense, imaginei o talentoso e imprevisível Pedrinho quebrando a monotonia, com sua habilidade e dribles. Por que não, a partir de agora, colocar a molecada para jogar? A presença desses garotos com fome de bola, no mínimo sacudiria o come-dorme de Guilherme e seus amigos.
Não me venham com a desculpa de que "temos que tomar cuidado para não queimar os garotos". Ora, por causa desse excesso de precaução (sem contar outros interesses) o Corinthians pode perder o "timing" e queimar os meninos exatamente por não lhes dar oportunidade.
Resumo da ópera: se o medalhão for melhor do que os jogadores da base, tudo bem? Se não for, bota os moleques para cima deles, Carille!
P.S. Dá para escrever um livro (grosso) com as trapalhadas da atual diretoria. Os casos Potkker e Moisés são apenas mais dois capítulos dessa triste comédia.
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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