Belo reforço? Uma grande decepção, isso sim
Opinião de Mayara Munhoz
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Olá, torcida corinthiana. Tudo bem com vocês? Comigo não está muito não. Nós publicamos uma entrevista nesta quinta de manhã e eu, simplesmente, não consegui engolir a repercussão nos comentários.
O nosso ótimo estagiário Andrew Sousa entrevistou a jogadora de futebol Alline Calandrini. Com passagem pela Seleção Brasileira, a atleta deixou o Santos para se transferir para o time do Parque São Jorge. No bate-papo contou sobre sua escolha, analisou o projeto do Timão para o futebol feminino, falou sobre jogar na Arena em Itaquera e até sobre a participação em um reality show.
Tudo isso de assunto e adivinhem sobre o que eram quase todos os comentários da nota? Mais de 50 comentários diferentes falando sobre a beleza de Alline, sobre ela ser gostosa (sim, usaram esse termo), sobre seu sorriso ou brincadeirinhas do tipo.
Até quando, gente? Não vejo nenhum problema em se admirar a beleza da jogadora - até porque ela é realmente muito bonita. Mas ela está chegando em um clube novo, apostando em um projeto novo, que podemos até chamar de incerto, e é esse tipo de apoio que ela recebe?
Eu não me importo se o Gabriel é ou não um jogador bonito. Eu quero que ele jogue muita bola, que tenha raça, que acabe com todas as jogadas no meio de campo do Corinthians e que conquiste todos os títulos possíveis enquanto vestir a camisa do Timão. Porque não podemos querer o mesmo para a Alline e para as mulheres que vestem a mesma camisa e praticam o mesmo esporte?
Se coloquem no lugar da Alline. Ela deu a entrevista e depois acessou o site para ler - sei que ela fez isso, pois até divulgar o link em suas redes sociais, ela fez. Falou sobre seus planos e foi ver a reação da Fiel a eles. Imaginem como ela se sentiu ao perceber que a maioria nem sequer leu o que ela disse? Só se importaram com o sorriso na foto. E todo o sacrifício que ela fez para chegar onde chegou?
Jogar futebol feminino não é fácil, principalmente no Brasil. A camisa 10 do Corinthians que foi campeão da Copa Libertadores da América ano passado não ganha um terço do salário que um jogador que deixou a desejar no elenco masculino em 2017. A diferença já existe, a injustiça também.
O papel da torcida corinthiana, conhecida por abrigar e defender as minorias, deveria SIM ser o de apoiar a Alline. De apoiar o futebol feminino do Corinthians. De apoiar todas as jogadoras que vestem o manto.
O Meu Timão faz a cobertura de tudo que acontece na equipe feminina - é possível acompanhar aqui. Temos entrevistas, informações sobre jogos, sobre negociações e etc. É preciso apoiar! Até porque é válido lembrar que o clube que não tiver um time feminino não poderá jogar a Libertadores a partir do ano que vem.
Então, Fiel, apoiar e VALORIZAR essas mulheres é o mínimo que todos podemos fazer.
Pelo Corinthians, pelas mulheres, por nós torcedores e pelo nosso país.
A Alline é sim um belo de um reforço! É uma puta jogadora, que sempre demonstrou raça dentro de campo e chegou com muita vontade de conquistar mais títulos para a galeria de troféus do Corinthians.
E é para isso que eu estou torcendo. E muito!
Vai, Alline! Vai, Corinthians!
Este texto é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do Meu Timão.
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