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Análise: Corinthians sofre e é dominado pelo Ceará em derrota que marca demissão de Loss

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Por João Pedro Izzo

Matias foi a última aposta de Loss para tentar evitar o resultado no Ceará

Matias foi a última aposta de Loss para tentar evitar o resultado no Ceará

Daniel Augusto Jr. / Agência Corinthians

Depois de ter uma série de desfalques diante do Atlético-MG no último sábado, era esperado que, com a volta dos titulares contra o Ceará, o Corinthians tivesse uma melhora. Porém, a equipe piorou em campo. O Timão foi derrotado por 2 a 1 pelo adversário cearense, sendo amplamente dominado pela equipe que integra a zona de rebaixamento do Brasileiro. O Meu Timão explica para o torcedor os motivos que levaram a equipe de Osmar Loss ser derrotada na noite desta quarta-feira.

Escalado com a volta de alguns jogadores que não foram opção diante do Atlético-MG, Osmar Loss mandou a campo a seguinte escalação: Walter; Mantuan, Léo Santos, Henrique e Danilo Avelar; Ralf, Douglas; Pedrinho, Jadson e Romero, Roger. Montado no 4-2-3-1, a tática e técnica não se fizeram presente em boa parte da partida e o Timão demonstrou enormes debilidades e fragilidades defensivas e ofensivas.

Primeiro tempo

Duelando contra um time que vinha embalado por vitória diante do Flamengo, fora de casa, o Corinthians encontrou sérias dificuldades diante do Ceará. O time cearense vem construindo uma "cara" com o técnico Lisca no comando, o que não se fez presente na equipe treinada por Osmar Loss.

Em 15 minutos de partida, o goleiro Walter, substituindo Cássio, já tinha feito três intervenções. A zaga corinthiana, além do primeiro volante Ralf, batia cabeça e não se encontrava em campo. A transição ofensiva do adversário era qualificada, assumindo, portanto, uma ideia de contragolpear o Corinthians e aproveitar dos seus erros defensivos. A transição defensiva do Timão, que não vinha sendo um grande problema, foi muito ruim na partida diante do Ceará.

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Reprodução / Premiere

Na imagem, o espaço deixado pelo Corinthians é nítido. Samuel Xavier, lateral-direito do Ceará, encontrou grandes possibilidades de avanço em grande parte do primeiro tempo. Dando amplitude e profundidade ao Ceará, o jogador estava constantemente com várias opções de passe, como destacado acima. Três jogadores do adversário encontram-se bem colocados para a posição de chute de fora ou para se colocarem em melhores condições para avançar à grande área.

A desorganização do Corinthians, no lance e em boa parte do primeiro tempo, foi negativamente gritante: os espaços eram mal ocupados e a equipe se encontrava muito distante. Com mais alguns lances de perigo para o Ceará, Henrique cometeu falta boba na entrada da área. O goleiro do adversário, Everson, marcou em gol de falta. Méritos ao adversário, que "amassava" o Timão até àquele momento.

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Reprodução / Premiere

Observe como os espaços ofensivos são mal ocupados pelo setor ofensivo do Corinthians. Todos os jogadores tendem ao lado esquerdo, preenchem o campo e não dão sequência. Pedrinho e Romero ficam parados na área à espera de um lançamento/cruzamento, que não vem.

O Corinthians terminou a primeira etapa com 58% de posse de bola. O domínio da partida não se traduziu nos números, visto que o Ceará foi muito mais efetivo e objetivo com a bola em sua posse: foram 14 chutes contra sete do Timão.

Segundo tempo

O Corinthians, mais uma vez, voltou à etapa final sem mudanças. Além da falta de substituições, a postura continuava a mesma. Sem criação, profundidade e transição ofensiva, pilares que constituem a armação de jogadas e conclusões a gol, o Corinthians era presa fácil para o Ceará, que não demorou a chegar ao segundo tento.

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Reprodução / Premiere

Mantuan não conseguiu acompanhar Juninho Quixadá na esquerda, que ganhou fácil na corrida e bateu para o meio da área. Observe que três corinthianos marcam dois jogadores adversários. Arthur prende a atenção da marcação e Calyson avança livre em direção ao gol. Danilo Avelar demora a chegar e não impede o segundo gol do Ceará.

Apenas com o placar adverso em dois gols que o técnico Osmar Loss fez a primeira mudança no Timão. Ao tirar o segundo volante e colocar o meia Mateus Vital, a equipe melhorou na transição do ataque, assim, Jadson recebia a bola com mais frescor e conseguia dar o passe final, algo que não aconteceu na primeira etapa.

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Reprodução / Premiere

Foi assim que o camisa 10 encontrou Roger saindo nas costas da defesa. O atacante tocou na saída do goleiro e diminuiu para o Corinthians. Com os meias mais livres e melhores posicionados, o Timão melhorou na partida, embora ainda faltasse muita profundidade e conclusões de fora da área, por exemplo.

Os cruzamentos, aliás, foram a maior arma do time comandado por Osmar Loss no segundo tempo. O treinador ainda sacou Ralf para a entrada de Araos, mais posicionado na base da jogada para tentar recuar e melhorar a saída, porém, o chileno pouco participou da construção do Timão.

Porém, outro erro de substituição praticamente minou as chances do Corinthians no jogo. Osmar Loss decidiu pela saída de Jadson para a entrada de Matheus Matias, o que acabou com a chance de um melhor cruzamento ou bola lançada na área. Com mais um centroavante, Roger e Matheus não se entenderam e tampouco possuíam um jogador da característica de Jadson para receberem bolas.

Apesar de "abafa" no fim e pressão alvinegra, o Corinthians não conseguiu chegar ao empate e foi merecidamente derrotado pelo Ceará. Ao fim da partida, Osmar Loss deixou de ser técnico do Corinthians. O agora ex-técnico deixa o Timão sem ter conseguido dar padrão, seja ofensivo ou defensivo para a equipe.

Loss perdeu a essência defensivamente positiva que o Corinthians alcançou em muitos anos. Para a sua sorte, Cássio e Walter, por vezes, conseguiram evitar maiores derrotas ou gols sofridos. Ofensivamente então, seu time acarretou uma série de deficiências, sendo praticamente dependente de Jadson, que foi responsável por dois gols e três assistências nos últimos seis jogos. Sem conseguir encaixar uma ideia e sistema tático, alternando entre 4-2-4 e 4-2-3-1, com mudanças semanais de jogadores, lesões e até vendas de atletas, os problemas foram aumentando e o jovem treinador de 43 anos não conseguiu lidar com a pressão enfrentada.

Cabe agora à direção corinthiana encontrar o perfil correto para a situação que enfrenta o Timão. Com um Dérbi já neste domingo e decisão diante do Flamengo na próxima quarta-feira, é preciso definir o estilo de treinador para suportar tamanha dificuldade e o momento que o Corinthians encara.

Veja mais em: Osmar Loss e Campeonato Brasileiro.

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