Superação do Corinthians, arbitragem e gritos homofóbicos: Tiago Nunes faz balanço do Majestoso
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Por Andrew Sousa e Tomás Rosolino, de Estádio do Morumbi
Escrevendo o início de sua trajetória no Corinthians, Tiago Nunes viveu mais uma experiência inédita na noite deste sábado. No Morumbi, o técnico comandou a equipe alvinegra em seu primeiro Majestoso, que acabou empatado por 0 a 0. Ciente do desgaste físico de seus jogadores, ele deixou a casa do rival satisfeito com o que viu dentro de campo.
"Nossa proposta era vencer o clássico. A escalação, os jogadores em campo... Tínhamos um foco muito claro mesmo tendo que recuperar em 48h para um jogo tão importante. Precisávamos de uma semana cheia para focar no São Paulo. É um time de muita qualidade, muitos movimentos, você precisa estar muito atento. A equipe se superou e fez uma partida de igual para igual. Penso que foi um jogo franco, aberto, as duas equipes atacaram. Um clássico que o empate acabou ficando feio para o torcedor porque um jogo tão bonito merecia gols. Mas, como foi um jogo bacana de ver, penso que a equipe lutou o máximo que poderia dar com pouco tempo de recuperação", pontuou, antes de corroborar com o cansaço destacado por Luan na saída do gramado.
"Eu penso que nosso ritmo ritmo pesou um pouco. A gente começou um jogo de trocação com o São Paulo. Teríamos que ficar mais com a bola, circulando mais a bola, forçando menos. E entramos em jogo de contra-ataque. Gerou uma questão física que muitas vezes saímos perdendo. O entendimento de ficar com a bola somado ao desgaste acumulado dos últimos dias pesou para ter essa oscilação durante o jogo", completou.
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Em meio a grandes defesas dos dois goleiros e algumas boas jogadas de seu ataque, Tiago Nunes também viu muita reclamação do adversário sobre a arbitragem. Para ele, porém, lances duvidosos aconteceram para os dois lados, ao contrário do que aconteceu na quarta-feira, quando ele se mostrou indignado com Néstor Pitana.
"Sobre os lances que você falou, polêmicos, sem o VAR é difícil você avaliar com clareza. Da onde eu estou vendo tá muito longe, muito distante. Sei que tiveram reclamações de pênalti para o São Paulo, para gente... tem um lance no final que era para ter sido amarelado o jogador do São Paulo que já tinha amarelo, era para ser expulso e não foi. Então circunstâncias que foram ruins para os dois lados. Mas também falei para o árbitro, no final do jogo, que é um jogo muito difícil de apitar. Muitos jogadores experientes, um jogo onde você tem que estar tomando decisões muito rápidas. Então, como já pedi desculpa para a arbitragem brasileira na última coletiva, está todo mundo isento de qualquer circunstância", destacou o comandante.
Gritos homofóbicos
Logo no início de seu primeiro Majestoso com o Timão, Tiago Nunes viu de perto uma cena chata. O árbitro parou a partida para dar o recado de que faria nova interrupção caso os gritos homofóbicos que vinham da arquibancada não parassem - o jogo teve torcida única do São Paulo.
"Não cabe, né? Não tem mais espaço para nada desse tipo de coisa. Peguei uma geração que parecia comum fazer esse tipo de brincadeira. Mas como as coisas tomaram proporção de muita agressividade, estão reagindo com violência, não cabe mais esse tipo de coisa. Todos temos espaços, diretos e deveres da mesma maneira. Acho um absurdo. Não é porque aconteceu hoje. Não tem cabimento acontecer esse tipo de coisa. Temos pessoas com suas opções de qualquer tipo. O árbitro chamou a atenção do fato e parar um jogo tão importante pra chamar a atenção é um meio educativo. E cada vez mais coibir esse tipo de atitude", afirmou.
Confronto com Diniz
O jogo ainda tinha um peso especial para Tiago Nunes por enfrentar um velho conhecido: Fernando Diniz, técnico do São Paulo, antecedeu seu trabalho no Athletico Paranaense, onde também trabalharam juntos.
"Sei que é corriqueiro falar de embate. Mas o embate é entre Corinthians e São Paulo. Não dá para personificar nos treinadores. Penso que contribuiu por ter acompanhado o trabalho dele. Sou grato a ele pelas oportunidades que me deu no Athletico. Ele sempre foi um cara muito solícito quando trabalhamos juntos. Somado ao estudo que fizemos do São Paulo com o departamento de análise. Um jogo de aproximação, posicional", concluiu.