Fala Fiel! Tudo bem?
Após a entrevista do Pedro Silveira (Diretor Financeiro) e divulgação do balanço ao CORI, onde gerencialmente o clube apresentou um passivo de R$ 2.418 bilhões (já descontando o adiantamento de R$ 150.0 milhões da Liga Forte União no ano passado), é mais do que notório que o clube está sem caixa e precisará de mais criatividade para a organização financeira, alinhado com a continuação do processo de reformulação do elenco até o final da gestão do presidente Augusto Melo.
O aumento das dívidas no último ano era um processo natural e esperado devido a saída de jogadores em final de contrato na última gestão, e a chegada de peças de reposição envolvendo a aquisição dos direitos econômicos.
Grande parte dos torcedores têm apontado a SAF como a única solução para o endividamento do clube, porém a diretoria já enfatizou diversas vezes que o Corinthians não será vendido, sendo necessária a evolução na adminstração e organização do fluxo de caixa. Situações que ficaram evidenciadas nas informações divulgadas ontem no balanço, onde o endividamento sobre a receita reduziu para 1,7 vezes, recuando 12% em comparação com o ano anterior.
Em relação a Neo Química Arena, no fechamento do exercício de 2024 a dívida estava em R$ 668 milhões , redução devida a campanha de doação idealizada pela torcida do clube. Ou seja, desconsiderando os valores referente ao estádio, o qual está equalizado se formos considerar o pagamento de Naming Rights pela Neo Química e receitas de ingressos, a dívida real do clube está em R$ 1.750 bilhão .
Sendo este o saldo principal da dívida, segue o detalhamento da provisão de receitas (envolvendo algumas ações prováveis e já confirmadas) que auxiliarão na equalização do saldo devedor para este ano.
Receitas
- Liga Forte União: além do valor de R$ 150.0 milhões que foi antecipado junto a XP Investimentos no ano passado, o clube ainda tem para receber o equivalente a R$ 70.0 milhões do saldo remanescente. O contrato foi firmado pelo período de 5 anos (até 2029), com o pagamento de parcelas anuais de R$ 220.0 milhões .
- Denner Evangelista: a jovem promessa de 17 anos foi negociado em fevereiro deste ano com o Chelsea, pelo valor de € 10.0 milhões (aproximadamente R$ 66.17 milhões na cotação atual), com a possibilidade de bônus devido ao cumprimento de metas. Além desse valor, o Corinthians garantiu 15% de participação em uma futura venda. O lateral permanece no clube até fevereiro de 2026, quando completará 18 anos.
- Carlos Augusto: na negociação com o Monza em 2020 pelo lateral esquerdo, garantimos o direito a 60% do lucro em uma futura venda. Com a concretização da venda para a Inter de Milão no ano passado, o time italiano deverá repassar ao clube cerca de € 2.1 milhões (aproximadamente R$ 13.9 milhões na cotação atual).
- Murilo: o zagueiro do Nottingham Forrest está avaliado em € 70.0 milhões . A imprensa britânica diz que o clube inglês só aceitaria vendê-lo por este valor. O Corinthians manteve 10% dos direitos econômicos e possui 2,5% devido ao mecanismo de solidariedade por ser o clube formador. Sendo assim, considerando o valor possível da venda do zagueiro, o Corinthians terá a receber € 8.75 milhões pela operação (aproximadamente R$ 67.5 milhões na cotação atual).
- Guilherme Biro: o ponta de 20 anos foi emprestado ao Sharjah FC, dos Emirados Árabes em setembro do ano passado, e tem obtido bons números e desempenho durante o empréstimo. Há uma cláusula de opção de compra de 50% dos direitos econômicos, fixado em US$ 2.5 milhões (aproximadamente R$ 14.5 milhões na cotação atual) a ser concluído em junho deste ano, período que se encerra o empréstimo com a equipe árabe.
Considerando estas cinco ações, direcionará para os cofres do clube a quantia equivalente de R$ 232.07 milhões . O que deveria ser direcionado imediatamente para o pagamento de dívidas referente a aquisição de direitos econômicos, empresários e processos trabalhistas, com o propósito acelerar o equilíbrio financeiro, além da redução de despesas com juros e honorários advocatícios.
Fortalecimento do elenco
- [Santos] - Lucas Pires: o lateral esquerdo formado nas categorias de base do Corinthians, foi cedido ao Santos em 2022, onde o clube manteve 30% dos direitos econômicos. Em julho do ano passado o Santos vendeu o atleta ao Burnley pelo valor de € 2.5 milhões (aproximadamente R$ 16.5 milhões na cotação atual). Deste valor, o Corinthians têm a receber do clube da baixada cerca de R$ 4.95 milhões . No último ano, o Corinthians demonstrou interesse no arqueiro João Paulo (29 anos), que atualmente recuperado da lesão no tendão, é o goleiro reserva do time santista e o Corinthians poderia utilizar esse valor a receber, para efetuar a contratação do jogador.
- [Cruzeiro] - Matheus Davó: em janeiro de 2023 o Corinthians vendeu 60% dos direitos econômicos do atacante ao Cruzeiro pelo valor de R$ 3.5 milhões , e até o momento ainda consta no balanço o valor a receber do clube mineiro. Como oportunidade de fortalecimento do elenco mediante as necessidades do Corinthians, o lateral-esquerdo Marlon (27 anos), que foi recém-emprestado ao Grêmio pode ser uma boa oportunidade. Além dos R$ 3.5 milhões que o Corinthians têm a receber referente aos 60% dos direitos econômicos de Matheus Davó, pode-se envolver os 30% restantes que o Corinthians manteve na negociação, além de ceder em definitivo os laterais Fagner e Matheus Bidu. No contrato de empréstimo de Marlon ao Grêmio, há uma cláusula de obrigação de compra no valor de US$ 3.5 milhões (aproximadamente R$ 23.16 milhões na cotação atual) caso atue em 20 partidas na atual temporada.
- [Sport] - Felipe Bastos: acredito que essa seja a dívida mais longeva que o Corinthians tem a receber. O volante foi vendido ao time pernambucano em fevereiro de 2018 pelo valor de R$ 4.0 milhões , e o Sport não honrou o acordo referente as prestações. Como oportunidade, o Corinthians poderia solicitar o atacante Romarinho (31 anos), atualmente reserva, como forma de recebimento do valor e necessidade de termos atacante que jogue pelas beiradas.
- [Vasco] - Lucas Piton: essa dívida é emblemática, o Corinthians vendeu o lateral-esquerdo em dezembro de 2022 e ainda há para receber cerca de R$ 4.6 milhões , em julho do ano passado o clube acionou a CBF para recebimento do saldo devido, porém até o momento consta em aberto o saldo devido. Como oportunidade, o Corinthians poderia solicitar o zagueiro Lucas Freitas (24 anos), que também pode atuar pelo lado esquerdo, com o objetivo de recebimento do saldo devido e reforço na zaga.
- [Shakthar Donetsk] - Pedrinho: devido ao mecanismo de solidariedade, no momento da venda do Pedrinho do Benfica para o time ucraniano, o Corinthians tem o valor de R$ 2.9 milhões a receber. Como oportunidade, o clube poderia buscar o empréstimo do ponta esquerda Eguinaldo (20 anos) até o final da temporada com valor de compra fixado (similar a negociação do Thalles Magno), ou utilizar este valor para a compra definitiva do volante Maycon (27 anos), formado nas categorias de base do clube e garantindo a formação do elenco para a próxima temporada.
- [Zenit] - Pedro: em junho de 2023, o Corinthians vendeu o ponta-esquerda para o time russo pelo valor de € 9.0 milhões (aproximadamente R$ 59.5 milhões na cotação atual) e manteve 30% dos direitos econômicos visando negociação futura. Como oportunidade, e seguindo a recente entrevista do empresário analisando com bons olhos o retorno ao futebol brasileiro, o retorno de Gustavo Mantuan (23 anos) pode ser interessante, podendo atuar como em todas as posições pelo lado direito, com o clube podendo ceder os 30% restantes dos direitos econômicos do Pedro, para adquirir um percentual do Mantuan.
Considerando a hipótese com essas seis operações concretizadas, o Corinthians teria a chegada dos seguintes jogadores: João Paulo (goleiro), Marlon (lateral esquerdo), Romarinho (atacante), Lucas Freitas (zagueiro), Eguinaldo (ponta esquerda) e Gustavo Mantuan (ponta direita), além de ceder em definitivo os laterais Fagner e Matheus Bidu para o Cruzeiro.
Obviamente que não são negociações fáceis de serem concretizadas, mas devido aos valores em aberto e consequentemente evolução em juros e honorários para os clubes devedores, teríamos o fortalecimento do elenco de jogadores com a capacidade de disputar a titularidade e alternativas táticas durante os jogos, e a missão de concluir essas possíveis negociações é do Fabinho Soldado, em relação a termos criatividade para o fortalecimento do elenco, e como não temos fluxo de caixa para aquisição, uma alternativa é a utilização dos saldos a receber como forma de permuta para aquisição de direitos econômicos dos jogadores em definitivo ou através de empréstimo.
Em resumo, com o saldo atual da dívida real em R$ 1.750 bilhão e a possibilidade de novas receitas recentes em torno de R$ 232.07 milhões , direcionadas para a redução direta do saldo devedor, é possível (porém bem improvável) que a dívida do clube chegue em torno de R$ 1.500 bilhão até o final deste ano (desconsiderando o valor da Arena). Alguns poderão perguntar sobre o pagamento mensal da folha salarial (que é a terceira mais cara do país), porém os compromissos mensais com jogadores e funcionários do clube podem ser honrados com os valores dos contratos de patrocínio da Esportes da Sorte e placas de publicidade da Brax, além de novas receitas de marketing e demais patrocinadores.
E aí Fiel, o que você faria de diferente ter obter a redução da dívida do clube e fortalecimento do elenco para termos condição de disputar os campeonatos de maneira competitiva neste ano?
Obrigado pela atenção e #VaiCorinthians!
Um abraço!