Amigos fiéis,
Escrevo agora como jornalista e quero compartilhar com vocês alguns “segredos”.
Uma das “velhas máximas” do VERDADEIRO jornalismo é: toda história tem 3 lados! A versão do lado “A”, a versão do lado “B” e a Verdade. Cada lado vai “puxar a sardinha” para si e cabe ao VERDADEIRO jornalista analisar as duas versões e descobrir a Verdade.
Digo isso porque eu gostaria de pedir BOM SENSO para os amigos deste fórum. Assim como é unânime que todos cobram um jornalismo DE VERDADE, também é extremamente comum que as pessoas saiam acreditando em tudo que se escreve por aí... Sem saber filtrar e sem saber separar diversos fatores que devem ser levados em consideração.
FATOR 1: TODO JORNALISTA TEM UM TIME DO CORAÇÃO
Os jornalistas esportivos, no geral, são apaixonados por esporte, quase sempre, desde criancinha. E TODOS tem um time do coração.
Alguns conhecem suas fraquezas e sabem que não serão coerentes e acabam se escondendo atrás de times pequenos. “Torço para a Ponte Preta”, “Torço para o América-RJ”, “Torço para o Racing” (esse Mauro é uma comédia – não conheço pessoalmente, mas parece ter ‘sérios problemas’).
Alguns confiam em si e não veem problema ao revelar seus times do coração. Na maioria das vezes, são bem coerentes, com o Mauro Beting e o PVC, por exemplo.
Alguns, ainda, revelam o time que torcem, mas “metem tanto o pau” que parecem “antis”. É o famoso medo de “puxar a sardinha” pra si... Aí, acaba fazendo o contrário. Mas, muitas vezes, metem o pau com razão e os torcedores ficam “melindrados”.
FATOR 2: SETORISTAS NEM SEMPRE COBREM O TIME QUE TORCEM
Acredito que a grande maioria saiba que “setoristas” são jornalistas que cobrem diariamente um determinado time.
O mais comum é o setorista cobrir seu time do coração. Consegue-se isso geralmente com mais tempo de casa. Mas, nem sempre acontece. Algumas editorias preferem o rodízio (que pode acabar atrapalhando os melhores contatos internos dentro dos times – a famosa “fonte”).
Ainda acontece de a mídia ser declaradamente contra um determinado time (como ocorre com o grupo FOLHA/UOL/ESPN e o Corinthians. Aí, por mais que o setorista torça pelo time que cobre, às vezes precisa seguir uma “editoria”.
Um exemplo que vejo pelo que acompanho de longe é o Dassler Marques, do UOL. Além de trabalhar para este veículo, não me parece que torça pelo Corinthians. Não o conheço pessoalmente, mas pelo que já vi de matérias e opiniões no Twitter, parece torcer por outro time.
Outro exemplo, mas ao contrário, é o Vessoni (que trabalhou muito tempo no Lance e agora escreve aqui no Meu Timão). Já vi vários torcedores o criticando e o chamando de “anti”, mas ele eu posso garantir que é corintiano. Estudei com o Rodrigo na FIAM e por muitas vezes dei carona pra ele (morávamos na Zona Norte na época da faculdade). Ele ia todo dia com uma camisa do Corinthians :) - Te entreguei @Vessoni.
FATOR 3: CAÇADORES DE PAGEVIEWS, CAÇADORES DE LIKES E CAÇADORES DO APOCALIPSE
Nesta era da informação, onde tudo circula muito rápido e em diversos lugares, estamos cada vez menos “bem informados”.
O que tem de “jornalista” louco pelos pageviews e likes é uma grandeza. Saem publicando qualquer coisa atrás de atenção.
Existem também aqueles que têm o claro interesse de tumultuar. Quanto mais caótico melhor... E aí o coração torcedor fala mais alto.
FATOR 4: QUEM USA QUEM
As fontes são “sagradas” para o jornalista e você nunca verá ninguém revelando (a menos que a pessoa permita).
Dentro de um clube de futebol as fontes são as mais variadas: conselheiros, diretores, os próprios jogadores, funcionários. É muito comum o jornalista pegar uma informação com o próprio jogador e dizer na matéria que “ouviu de uma pessoa muito próxima ao jogador”.
Mas este jogo de interesses é muito perigoso!
O que mais existe por aí são pessoas usando umas às outras apenas para interesses pessoais (jornalistas e fontes).
Exemplo fictício 1: O Flavio Adauto tem o interesse de “melar” a negociação do Drogba (por picuinha e vaidade)... E revela um detalhe que pode atrapalhar para um conselheiro “linguarudo”... Este conselheiro é a fonte do Dassler Marques, que trabalha para o UOL e faz uma força tremenda para o negócio dar errado. Tá feito o estrago.
FATOR 5: O JABÁ E A MATÉRIA “PATROCINADA”
Infelizmente, existem “prostitutas” em todas as profissões... E no jornalismo não é diferente. Tenha sempre o cuidado ao analisar as informações. Nem sempre o que parece que é “é”, porque às vezes o “jornalista” recebe “aquela forcinha” pra dar uma “força”.
Eu poderia me estender por mais alguns fatores, mas o que já está extenso ficaria ainda mais :)... E se você chegou até aqui é um “guerreiro” nestes tempos de informações rápidas, mas que não informam nada.
É isso fiel. Prestem atenção! Filtrem as informações! E não saiam por aí xingando jogadores por uma “informação” que você leu.
Às vezes você está trabalhando como mais um “soldado” nesta guerra de interesses e nem se dá conta que está lutando contra seu próprio time.