Impeachment causou atraso em negociação das parcelas da Arena
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Por Meu Timão
Com o processo de quitação de parcelas da Arena Corinthians ainda em aberto, o clube interrompeu o pagamento por falta de fundos e solicitou adiamento da dívida junto ao Banco BNDES. A paralisação dura seis meses e ganhou ainda mais empecilhos durante o processo de Impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, já que a negociação envolve diretamente o governo.
O Timão interrompeu o pagamento em abril – cada parcela mensal é estipulada em R$ 5,7 milhões – e, desde então, a Caixa Econômica Federal vem arcando com as despesas do pagamento. Outro fator que alimentou a paralisação do processo, foi o entrave entre Corinthians e o Banco BNDES, tendo em vista que o clube pediu mais 19 meses para, enfim, zerar o valor pendente.
“Continuamos a negociação. A questão é que com a mudança de governo troca diretor da Caixa, do BNDES. Aí vai para reunião e tem que começar do zero. Vamos ter que esperar mais um pouco. Estamos nos esforçando para resolver. Acho que até o próximo mês”, disse o diretor de finanças do Corinthians, Flávio Piovesan, em entrevista ao UOL Esporte.
Além da mudança do governo, que culminou na entrada de Michel Temer, alterações na Caixa Econômica Federal e no próprio Banco BNDES também atrasaram o episódio. Na Caixa, Gilberto Orchi assumiu a presidência no lugar de Miriam Belchior, enquanto no Banco BNDES, Maria Silvia Bastos Marques deixou o poder nas mãos de Luciano Coutinho.
Diante do impasse, Flávio Piovesan revelou que as negociações entre as partes seguem em andamento e a que a decisão pelo intervalo no pagamento foi definida sob aceitação dos envolvidos. ''Foi em comum acordo (interromper o pagamento). Estamos pagando os juros, e não o principal, enquanto corre esse pleito'', completou.
Fato é que, diante do custo de mais de R$ 60 milhões anuais que devem ser pagos ao BNDES, o Timão não gera renda suficiente a partir de bilheterias. Em balanço divulgado ao final do primeiro semestre da atual temporada, cerca de R$ 45 milhões foram arrecadados, porém serviços de manutenção do estádio e operações para partidas, geram despesas que impossibilitam a quitação da dívida pela renda proveniente da presença dos torcedores.