Vilson leva camisa da Chape ao CT do Corinthians e chora em entrevista: 'Eram amigos e irmãos'
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Por Meu Timão
O zagueiro Vilson chorou a morte de "amigos e irmãos" da Chapecoense. Atleta do Corinthians em 2016, ele defendia a equipe de Chapecó na temporada passada. Na manhã desta quarta-feira, dia posterior à tragédia com o avião da equipe catarinense, o beque foi às lágrimas em entrevista coletiva emocionante concedida na sala de imprensa do CT Joaquim Grava.
"É uma dor muito grande. Sonhos interrompidos. Um grupo muito alegre e feliz, via eles assim ano passado. A alegria e a vontade de vencer e alcançar algo mais continuou. Foram mostrando nos jogos, na Sul-Americana também. Não só eles, como todos nós estávamos muitos felizes também. Formamos amigos e irmãos, que lutavam pelos mesmos ideais. Muito triste", resumiu o jogador, que coincidentemente havia sido escalado pela assessoria de imprensa do Corinthians como o entrevistado do dia na terça-feira, antes de o clube tomar conhecimento da tragédia e cancelar as atividades.
"O momento era muito bom, a gente fica sem saber o porquê de uma coisa dessas. Sem palavras", acrescentou, se referindo à classificação à final da Copa Sul-Americana, auge dos 43 anos de história da Chapecoense - para efeito de comparação, o Corinthians nunca passou das oitavas de final de tal torneio.
Abaixo, o Meu Timão separou algumas declarações de Vilson sobre o triste episódio envolvendo a delegação da Chapecoense. De acordo com o balanço final das autoridades colombianas, o acidente aéreo deixou 71 pessoas mortas.
Relação com os ex-colegas da Chapecoense
"A gente sempre fazia campeonato de videogame, com o Gil, Ananias, Neto, Bruno Rangel, que eram mais próximos. Fisioterapeutas... Falei com o Guilherme, que não estava na viagem. Minha esposa também estava muito triste, ligou para a esposa do Thiego... Ele estava muito feliz."
Lição que tira do acidente
"Nessas horas a gente para pra repensar nossa vida. Primeira coisa foi dar um abraço no meu filho quando ele acordou. Começo do ano me apresentei lá, eu poderia estar junto nessa tragédia. E depois que somos pais, pensamos muito nas coisas que vamos fazer. Primeira coisa que fiz foi abraçar meu filho, esposa, minha mãe. Dar mais valor às pessoas que estão próximas de nós."
Sobreviventes
"Estamos em oração pelo Neto, que é um grande irmão meu. Temos um grupo no WhatsApp, falamos domingo, estávamos rindo e brincando do grupo. E hoje muitos deles não estão mais aqui. Tem de dar valor a quem está ao nosso lado, assim como vocês que perderam companheiros de imprensa. Temos de dar valor a isso, que um dia podemos não ter mais."
Homenagens à Chapecoense
"Não conversamos sobre isso ainda, estamos vendo muita movimentação dos clubes. Vamos esperar, deixar a poeira baixar um pouco e ver quais as decisões a serem tomadas. O que puder ajudar a Chapecoense, vamos ajudar."
Medo de avião
"Sempre tive medo de avião, aquele frio na barriga na hora de decolar e pousas. É uma coisa muito próxima da gente, ficamos bastante apreensivos. Com certeza, depois de uma situação dessas, não tem como não pensar nos meus companheiros."