Haddad vai à Corregedoria do MP acusar promotor de pedir propina contra Arena Corinthians
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Por Meu Timão
Ex-prefeito da cidade de São Paulo, Fernando Haddad prestou depoimento, nesta terça-feira, na Corregedoria do Ministério Público estadual. Ele foi ensossar as acusações contra o promotor Marcelo Milani, que teria pedido R$ 1 milhão de propina para não entrar na Justiça com uma ação contra os CIDs (Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento) da Arena Corinthians.
"Vim trazer elementos que podem ajudar a Corregedoria a chegar até a verdade dos fatos. Eu gostaria que não pairasse nenhuma dúvida sobre esse caso. Quero que as investigações sejam aprofundadas", falou Haddad, em conversa com a imprensa no local.
Em coluna publicada na Revista Piauí na última sexta-feira, Haddad revelou detalhes da transação comercial entre Corinthians, a construtora Odebrecht e a Prefeitura, então comandada por Gilberto Kassab, hoje ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação, para que a Arena sediasse a abertura da Copa do Mundo de 2014.
A concessão de R$ 420 milhões às obras do estádio em Itaquera via CIDs – que nada mais são do que papéis emitidos pelo governo municipal para que o Corinthians vendesse e, assim, pagasse parte da construção – passou a ser alvo de Marcelo Milani, à época membro da promotoria de Patrimônio Público. Em maio de 2012, o promotor ingressou com ação na Justiça contra Kassab, que havia dado sanção aos títulos, e contra o Corinthians.
Haddad, em sua publicação na revista, lembrou que os CIDs se tornaram “invendáveis” após a ação movida por Milani, que teria cobrado propina a fim de não dar seguimento ao processo. Assim, a comercialização dos títulos, orçados em R$ 420 milhões, voltaria a ser viável. “Fui informado de que, para não ingressar com a ação judicial, o promotor teria pedido propina de 1 milhão de reais”, descreveu o ex-prefeito.
Estimada em pelo menos R$ 1,2 bilhão, a Arena Corinthians ainda está sendo paga pelo Corinthians, que não tem previsão para liquidar a dívida. Dos R$ 420 milhões que seriam pagos com CIDs, apenas R$ 27 milhões chegaram ao fundo que administra o estádio - e foram utilizados para pagar dívida com a construtora Odebrecht.