Vivendo momento difícil por conta de câncer diagnosticado no começo deste ano, Gilmar Fubá está em seus últimos estágios de recuperação. Contratado pelo Corinthians para ser observador técnico, o ex-volante sonha com a volta das peneiras no clube, além da descoberta de talentos na várzea. Os desejos tem motivos: o alto custo de exames para a participação nos atuais testes.

"O moleque que mora na favela não tem como pagar. Futebol hoje tem essa imagem de que se você não tiver empresário, não chega a lugar nenhum. Isso não é verdade", disse o jogador, em entrevista à Folha de S.Paulo.

Recuperando-se de transplante de medula, última fase do tratamento, o ex-volante já traça planos para o futuro. Amigo de Pep Guardiola por ter atuado com o espanhol na Arábia, Gilmar quer seguir carreira de treinador e já pensa em possível ajuda do ex-companheiro.

"Quem sabe mais para frente eu não consigo um estágio? Sabe pouco de futebol, não é? Vai ser um jeito de começar bem quando eu quiser ser técnico", revelou.

Agora traçando planos para o futuro, Fubá chegou a receber um prazo de vida: seis meses. Apesar da complexidade da doença, Gilmar reagiu bem aos tratamentos e se manteve bem humorado como de costume. Quem o visitou até parecia abalado, mas o ex-jogador do Corinthians não.

"Não tinha um osso inteiro no peito. Estavam todos quebrados, comidos. O diagnóstico foi dado para o doutor Joaquim Grava e para a minha mulher. Eu não sabia. O pessoal vinha me visitar e eu tirava sarro. 'Eu estou doente e quem chora são vocês?'", brincou Mussum, como é chamado pela garotada da base corinthiana.

"É porque eu só vivo fazendo palhaçada", explicou.

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