Líder isolado do Campeonato Brasileiro e invicto há 34 jogos, o Corinthians está prestes a completar quatro meses sem patrocínio master. Deixar a camiseta com o espaço do peito "branquinho", contudo, não é algo que desespera o departamento de marketing do clube.

Em transmissão ao vivo realizada no início de tarde desta quinta-feira por meio da CorinthiansTV, canal oficial do clube no YouTube, Fernando Salles, diretor de marketing, e
Vinicius Azevedo, gerente do departamento, tentaram esclarecer em que pé anda a situação do patrocínio master do Timão. Não é de hoje, afinal de contas, que torcedores e conselheiros veem o vazio no principal espaço da camiseta como um desperdício de potencial receita.

"Estou completando seis meses de Corinthians. Acho que a dificuldade maior do marketing é encontrar um caminho para trazer receita. Ultimamente temos sido bastante cobrados pelo master, a Caixa não renovou com a gente, por vários motivos. Mas a gente continua esse namoro e namoro com outros clientes. É a maior visibilidade que temos na camisa, então procuramos cuidar disso como uma propriedade importante para o clube", disse Fernando.

A estratégia do Corinthians, em outras palavras, é valorizar sua própria marca. Assim como não deu o braço a torcer para a Caixa Econômica Federal no primeiro semestre, quando recebeu propostas abaixo do esperado, o marketing corinthiano segue recusando ofertas que não sejam condizentes com o valor que o clube acredita ser justo receber.

Pontualmente, como na ocasião das finais do Campeonato Paulista, o Corinthians até chega a acertar contratos pontuais. No entendimento da alta cúpula alvinegra, porém, tal tipo de parceria não faz bem para a valorização do espaço master do uniforme.

Novos horizontes

Diante da dificuldade em acertar contrato com alguma empresa pelo espaço master da camiseta, o Corinthians tenta "fazer do limão uma limonada". No atual cenário, o marketing tenta se reinventar para buscar receitas inovadoras e mais vantajosas, que deixem a exposição de marcas no uniforme em segundo plano.

"O grande desafio é se reinventar, fugir do tradicional. O mercado brasileiro ainda é muito acostumado com a camisa estampado muitas marcas. Na Europa já é diferente, costumam ter uma na camisa e mais noventa patrocinadores de nicho", explicou Vinicius.

"Eu, como corinthiano, gostaria de ver a camisa branquinha, não queria ver nenhum patrocinador. Evidentemente é impossível fazer isso hoje, porque é uma grande forma de receita, do marketing. Mas acho que o patrocínio de camisa está se esgotando por si só, é o passado. O futuro não é patrocínio de camisa. Creio que temos que olhar para o futuro, jogar para o futuro e se preparar para novas oportunidades de receita, tudo de novo que pudermos pensar", completou Fernando.

Atualmente, uma das principais parceiras do Corinthians no entendimento do marketing é justamente uma empresa que não tem sua marca estampada no uniforme: a Estrella Galicia. A cervejaria de origem espanhola está presentes em praticamente todos os outros espaços possíveis ligados ao Timão: eventos na Arena, placas e pinturas no CT Joaquim Grava e, principalmente, nas ações do clube nas redes sociais.

"Possuímos uma geração de receita que há dez anos não tinha, que são as redes sociais. É um caminho sem volta, já que o mundo virtual abre muito mais oportunidades do que a camisa. Então tende a ser cada vez mais uma saída para geração de receita", declarou Vinicius.

"As novas fontes de receita passam pelo digital. Estamos criando uma grande plataforma, para tentar atrair todos esses torcedores que estão nas redes sociais. Para trazer o torcedor para perto, porque eles estão longe, a gente não conhece e não tem interação. Dentro dessa plataforma vamos conhecer, interagir, vai ser um mundo do Corinthians, onde o torcedor se conhece, se aproxima. Creio que vamos conseguir, nessa transição, abrir mais uma porta de receita para o clube", finalizou Fernando.

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