Nova divisão de cotas da TV ajuda a explicar déficit do Corinthians em 2019
49 mil visualizações 266 comentários Reportar erro
Por Meu Timão
A temporada de 2019 teve uma grande mudança para a saúde financeira dos clubes de futebol do Brasil: a nova divisão das cotas de televisão. E isso pode ajudar a explicar, ao menos parcialmente, o déficit registrado pelo Corinthians até aqui em 2019.
De acordo com membros de oposição do Conselho de Orientação do Corinthians, que vetou a aprovação das contas do clube dos sete primeiros meses do ano, a dívida no período chega à casa dos R$ 150 milhões. A atual gestão não está mais divulgando os balanços.
Portal especializado em marketing esportivo, o Máquina do Esporte esmiuçou o possível peso da nova divisão de cotas de TV nesse déficit tão alto do Corinthians, que obviamente se junta a outros fatores como investimento para comprar atletas, falta de arrecadação na venda de outros atletas e também a ausência das receitas de bilheteria.
Se em 2018 o Corinthians recebia R$ 14 milhões mensais da TV Globo, esse valor caiu para aproximadamente R$ 4 milhões na atual temporada - nos seis primeiros meses do ano. No primeiro semestre de 2019, portanto, foram arrecadados cerca de R$ 60 milhões a menos.
Cabe lembrar que, ao todo, o Corinthians recebia quase R$ 180 milhões das cotas de TV por ano no antigo acordo. Agora o valor depende principalmente da campanha da equipe no Campeonato Brasileiro e também da quantidade de jogos transmitidos na televisão (veja abaixo as três diferentes fatias da nova divisão).
Um estudo inédito dos economistas Cesar Grafietti (Cesar Finance & Mgmt Consulting) e Alexandre Rangel (Ernst & Young) feito ainda ano passado projetou os ganhos máximos de cotas de televisão por clubes no novo modelo de divisão - em caso de título do Brasileirão. O Corinthians, se conquistar a taça nacional, pode arrecadar até R$ 271 milhões com a TV.
A nova divisão de cotas de TV
40% em cota igualitária
R$ 440 milhões divididos de forma idêntica entre os 20 clubes (R$ 22 milhões para cada um).
Pagamento parcelado entre janeiro e junho (75% do montante) e depois entre julho e dezembro (25% restantes).
30% em cota de audiência
R$ 330 milhões divididos a partir do número de jogos exibidos na televisão.
Pagamento parcelado entre maio e dezembro.
30% do bolo
R$ 330 milhões divididos proporcionalmente conforme a colocação dos clubes ao término do Brasileirão.
Pagamento à vista em dezembro.