O principal objetivo da base de um clube de futebol é formar novos jogadores para conseguir alimentar o elenco com novas peças. Em um cenário ideal, o Corinthians admite que a ideia era não realizar tantas contratações para a categoria, e sim contar com atletas que são da casa desde criança.

Por conta disso, o gerente de futebol Fernando Yamada, percebeu que era necessário passar a investir e ser mais eficiente na captação de atletas de 10 a 16 anos. Nesta faixa etária, o investimento do clube é quase zero, mas em um pensamento de médio a longo prazo, ele pode dar muito retorno.

"A gente tem uma responsabilidade muito grande com a próxima geração. Temos que entregar resultado na ponta da pirâmide, no sub-20, não tem como fugir da responsabilidade do resultado esportivo. Mas a essência da categoria de base é produzir jogador para o time profissional. Por isso, neste 2019, o departamento que a gente mais investiu foi o departamento de captação", disse Yamada para o Globoesporte.com.

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Com o objetivo de aumentar a captação, o Corinthians investiu em novos profissionais no setor, além de contratar um coordenador. A ideia é chegar diretamente no jogador, quando criança, e apresentar um projeto de carreira para ele.

"Na minha época o jogador batia na porta do clube para fazer teste. Não existia clube-empresa, por exemplo. Hoje, se você não tem um departamento de captação ativo, corre risco de perder jogador para Desportivo Brasil, RB Bragantino, pois são grandes empresas, têm projeto internacional, estrutura física, processo metodológico. Quando o empresário ou o pai senta lá, o discurso é de profissão jogador de futebol, não é só paixão pela camisa. Lógico que o Corinthians é uma potência, mas se você não chegar ao jogador, outros clubes já levaram o jogador embora", acrescentou.

Para que isso aconteça, é preciso ter uma grande estrutura que permita que os novos nomes sejam observados, para que o interesse neles apareça. É por isso que o Corinthians observou mais de 23.700 garotos entre 10 e 16 anos, seja em competições oficiais ou não oficiais, de campo, society ou futsal.

"Temos tudo em banco de dados. Se a gente for ver um Ferroviária x Mirassol, tem 11 atletas de cada lado e mais as substituições. Só aí já são 30. Chegamos a quase 24 mil. Os atletas são pontuados pelos nossos observadores. A cada 15 dias, eles trazem os atletas bem pontuados para dentro do clube e eles passam uma semana aqui", adicionou o gerente de futebol.

Como resultado, 798 atletas foram convidados a passar alguns dias no Parque São Jorge, recebendo avaliações diárias das suas comissões. No final, 30 jovens foram aprovados e irão começar a se desenvolver dentro do Corinthians. E este é um processo contínuo, que não deve parar por aí.

• Sub-10: três atletas;
• Sub-11: três atletas;
• Sub-12: cinco atletas;
• Sub-13: um atleta;
• Sub-14: quatro atletas;
• Sub-15: nove atletas;
• Sub-16: cinco atletas.

"Nosso objetivo é ser o maior captador dentro do estado de São Paulo. Os grandes clubes do país têm muita gente aqui, como Flamengo e Atlético-PR. Queremos ser os maiores aqui no nosso estado. E em outros estados? Temos parcerias com projetos sociais de Espírito Santo e Brasília, por exemplo, onde tem muito jogador e faltam clubes com estrutura. Chegamos neles desta forma", finalizou Yamada.

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