Técnico do Corinthians se coloca no lugar da torcida em momento difícil: 'Eu estaria insatisfeito'
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Por Andrew Sousa, Rodrigo Vessoni e Vitor Chicarolli, na Arena Corinthians
Com apenas 12 jogos a frente do Corinthians, Tiago Nunes já conhece de perto o tamanho da pressão que ronda o dia o dia do clube. Horas antes de empate por 1 a 1 contra o Santo André, um grupo de torcidas organizadas foi ao CT Joaquim Grava para protestar e chegou a citar o comandante em uma música de cobrança. Depois de novo jogo sem vencer, ele se colocou no lugar dos alvinegros.
"No lugar do torcedor, eu estaria insatisfeito, chateado, triste. Relação do torcedor é com o rival. Imprensa não tem compromisso com a derrota, apenas com a vitória. Nós que temos. O momento ruim é difícil para o torcedor, já fui na arquibancada e sei como é sofrido. Quero xingar todo mundo, direção, torcedor, etc", pontuou, antes de fazer ressalva sobre uma das maiores críticas da torcida: a falta de entrega dos jogadores.
"Dizer que falta raça, falta determinação acho que isso não falta, não. Temos que ter respeito ao torcedor, mas sabendo que podemos tomar decisões que nem sempre são populares. Torcedor vem para ver o time vencer, ele veio pra vencer, tomou chuva e tudo. Trabalhamos para o torcedor", acrescentou.
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Apesar do pouco tempo de casa, engana-se quem pensa que o protesto surpreende o treinador alvinegro. Como tem feito desde que chegou ao CT Joaquim Grava, Tiago Nunes destacou o estudo que fez para aceitar o desafio de alterar a filosofia consolidada do Corinthians.
"Estou muito familiarizado com o clube. Antes mesmo de aceitar a proposta, estudei muito bem o clube e o que enfrentaria aqui. Num pouco tempo de trabalho, num pouco tempo de preparação e num processo de reformulação de elenco e de ideia de jogo. Sou movido a esse tipo de desafio. Entendo a insatisfação do torcedor porque a equipe não está vencendo, isso tem um peso grande quando se fala de Corinthians. Mas alguém tem que dar a cara a bater e bancar a reformulação. O Corinthians é um time mais difícil de fazer essa reformulação porque a pressão é muito maior, a cobrança é maior. Estou confiante que vamos conseguir dar alegria ao torcedor, que vai inspirar as pessoas a virem torcer pela gente, porque temos jogadores competentes e que trabalham. E a direção alinhada", concluiu.
Se depender do clube, a tendência é que ele tenha um bom tempo para consolidar suas ideias e colher os frutos com bons resultados. Em entrevista nesta quarta-feira, o diretor Duílio Monteiro Alves garantiu continuidade para o treinador. Como se isso não bastasse, o Timão apareceu na liderança do ranking de clubes mais estáveis para técnicos no país.