Corinthians duplica dívida com encargos fiscais e sociais pelo segundo ano consecutivo
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Por Rodrigo Vessoni
O Corinthians duplicou, pelo segundo ano consecutivo, suas dívidas fiscais (taxas, impostos e tributos ao governo federal, estadual ou municipal). No balanço de 2019, que o Meu Timão teve acesso, o total de obrigações e encargos fiscais e sociais a recolher é de R$ 147,7 milhões.
Esse valor é o dobro dos R$ 68,5 milhões de 2018 que, por sua vez, foi o dobro dos R$ 34,8 milhões ao término de 2017. Andrés Sanchez foi o presidente nos dois anos dessa duplicação.
Os três valores maiores de impostos não recolhidos são relativos ao IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) - R$ 88,7 milhões; ao FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) - R$ 22 milhões; e ao INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) - R$ 12,5 milhões.
Aparece ainda como dívida dentro dessas obrigações e encargos fiscais e sociais outros quatro valores significativos: R$ 7 mi (salários a pagar a funcionários); R$ 6,5 mi (provisão de férias e de encargos previdenciários); R$ 4,1 mi (PIS); e R$ 4 mi (férias). Por fim, R$ 2,3 mi referentes a outros impostos não especificados.
Por meio da assessoria da imprensa, o Corinthians diz que "aguarda legislação específica para reparcelamento das referidas obrigações".
Em 2014, Justiça Federal aceitou denúncia contra Andrés e mais três
Esses R$ 147,7 milhões de obrigações e encargos fiscais e sociais é preocupante se levar em consideração o passado recente do clube, mais precisamente no ano de 2014. Na ocasião, a Justiça Federal aceitou denúncia oferecida pelo Ministério Público Federal contra Andrés Sanchez, então ex-presidente do Corinthians, e mais três dirigentes do clube por crime fiscal. Ou seja, não pagamento de imposto de renda no prazo correto.
Na ocasião, o clube adiantou dinheiro da cota de TV com a Federação Paulista de Futebol (FPF) e pagou R$ 15 milhões ao Governo Federal, valor esse correspondente às dívidas fiscais entre julho e dezembro de 2010 - período em que houve sonegação fiscal no entendimento do MPF.
À época, o jornal Folha de S. Paulo informou que o valor total da dívida, com impostos não pagos entre julho e dezembro de 2010, era de R$ 31,8 milhões, mas que o clube conseguiu desconto de R$ 16,8 milhões para quitá-la, pagando, então, os R$ 15 milhões.