Estudo condiciona volta de torcida e treinos tradicionais à criação de vacina contra o Covid-19
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Por Meu Timão
Com a curva de contágio se estabilizando em outras partes do mundo, o calendário do futebol já começa a ser retomado em alguns países. Embora no Brasil os números sigam crescendo, o debate em torno da volta do esporte se intensifica. Ao que tudo indica, porém, as coisas devem demorar a se normalizar.
Nesta segunda-feira, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal do Paraná divulgou importante estudo sobre o caso, que expõe algumas previsões. Intitulado "Recomendações e Orientações Gerais para o Esporte Brasileiro frente à Covid-19", o documento destaca que, no atual panorama da doença, o país tinha que evitar os esportes de contato, mesmo com todas as medidas de prevenção necessária.
“As atividades devem se limitar em práticas como caminhada, ciclismo, corrida, exercícios em casa, yoga, alongamentos, entre outras, sempre evitando qualquer forma de aglomeração ou de incentivo à circulação de pessoas. Sempre que possível as pessoal podem caminhar perto de suas residências e não devem procurar ir aos parques para realizar as atividades”, professor Fernando Mezzadri, um dos que assina o estudo da universidade paranaense.
“Tanto os atletas quanto as pessoas devem fazer os testes como uma forma de controle e precaução, mas a volta aos treinamentos normais e as competições ainda não devem ocorrer agora. Consideramos muito precipitado o retorno as competições pelo atual estágio da pandemia no Brasil”, completa.
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O ponto mais importante do levantamento, porém, diz respeito a torcida. Embora seja óbvio que as partidas devem retomar sem a presença de público, há quem ainda tenha esperanças de voltar aos estádios em breve.
Para os estudiosos, porém, o retorno dos torcedores só deve acontecer após o lançamento de uma vacina ou remédio eficiente contra a enfermidade - o que pode demorar mais de um ano. Mais do que isso: até mesmo os treinos normais, sem divisão de grupos, só tende a acontecer nesse cenário.
"A retomada total das atividades esportivas e competições só será possível com a existência de medicamento retroviral eficaz ou vacina que previna e proteja tanto os praticantes/atletas quanto os espectadores", diz trecho do estudo.
Apesar dos alertas, o documento reconhece que a volta do futebol pode ser adiantada pelo impacto causado na economia de tantos jogadores que dependem disso para viver.
Já tendo reduzido 25% dos seus salários e sofrendo na pele com a suspensão e redução dos pagamentos de patrocinadores, o Corinthians se mantém firme para não voltar enquanto não tiver a autorização das frentes municipais, estaduais e nacionais - o Governo de São Paulo, vale destacar, prolongou a quarentena até o fim do mês.