Diretor do Corinthians fala em proteger os atletas e mantém postura firme contra o retorno
930 visualizações 11 comentários Reportar erro
Por Meu Timão
Apesar dos altos números de novos casos e mortes causadas pelo coronavírus, o debate em torno de uma possível volta do futebol continua aquecendo os bastidores. Enquanto participa de reuniões e debate a possibilidade, porém, o Corinthians mantém postura firme em relação ao assunto.
Após Andrés Sanchez garantir que o clube só volta a treinar quando tiver autorização municipal, estadual e federal, foi a vez do diretor adjunto Jorge Kalil, que também é médico, reforçar o discurso.
"Amamos e queremos o retorno, todavia, os maiores artistas do futebol são atletas e torcedores. Os torcedores, de certa forma, ficarão afastados para evitar aglomerações. Mas os atletas e aqueles que trabalham em torno deles, estão sujeitos a riscos. Não tenho autorização de nenhum atleta para falar isso, mas eu os defenderei para que não estejam em um grupo de risco", disse, em entrevista à Rádio Transamérica.
"Como médico, digo que o risco de retorno nesse futebol é muito grande. Como dirigente, afirmo que, enquanto as autoridades de todas as esferas não derem garantias e assumirem as responsabilidades, o Corinthians não volta. Não acredito que nenhuma autoridade da saúde vá assumir a responsabilidade para que o futebol tenha retorno", completou.
Em outros lugares do mundo, cabe destacar, o futebol voltou com uma série de medidas, como a realização de testes de todos os envolvidos nas partidas. Mesmo com essa possibilidade em debate no Brasil, Jorge Kalil pregou cautela e manteve a postura firme contra o retorno.
"Você sabe que o calendário do futebol brasileiro contempla jogos aos domingos, as quartas e aos domingos. O atleta, hipoteticamente, jogou domingo. Acabou a partida, ele vai para casa, para colocar gasolina, vai em uma farmácia. Então, a cada jogo teríamos que fazer testes, o que torna alguns desses protocolos impossíveis de serem seguidos. Nós não podemos trazer para o Brasil a realidade da Alemanha. Vivemos em um país em que eu também protesto a maneira que nossos governantes encaram o desenvolvimento e o investimento na saúde pública", ressaltou.
"Como médico, sairei a frente em proteção aos atletas e aqueles que fazem o futebol. É extremamente imprudente um retorno ao futebol nesse momento. O Corinthians não retorna enquanto as autoridades não se responsabilizarem efetivamente pelo retorno do futebol", acrescentou.
Em entrevistas recentes, Andrés disse que Kalil tem mantido contato com os jogadores, assim como Duílio Monteiro Alves. Questionado, o diretor adjunto do Timão ressaltou que todos os atletas já sabem a posição do clube diante da crise.
"Uma das coisas que mais funcionam no Corinthians é a sintonia entre Andrés, Duílio e eu. Temos conversado com os atletas, colocando nossa posição médica e de dirigente. Enquanto não houver autorização de todas as autoridades, não retornamos. Deixo isso claro a eles. Como médico, defenderei a segurança e a saúde dos atletas", concluiu.