A definição do processo aberto por Paulo André contra o Corinthians, há seis anos, ainda está causando repercussão. O ex-jogador, vale lembrar, foi à Justiça para cobrar o clube por não cumprir algumas obrigações, como o pagamento dobrado por ter jogado aos domingos e feriados.

Depois de receber críticas de Vampeta, o ex-zagueiro e agora diretor de futebol do Athletico Paranaense, foi criticado por Ronaldo Giovanelli em live transmitida pela Corinthians TV, na última quarta-feira.

"Tem que saber sair, tem que saber o lugar que ele entrou, que valorizou o cara. Tem muitos jogadores... Não vou nem citar o Paulo André aqui, não vou falar porque, pra mim, ele foi um p... de um babaca, velho. Cada um tem seu direito, mas mudar toda a história, colocar uma outra coisa, eu não vou fazer isso", disse o ex-goleiro e ídolo do Timão.

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Em decorrência da ação, em que o Corinthians se viu obrigado a pagar cerca de R$ 750 mil para Paulo André, o clube comunicou as federações e à Rede Globo que não deseja atuar mais em jogos noturnos e aos domingos. Convidado da live, o diretor de futebol do Corinthians, Duílio Monteiro Alves, destrinchou os motivos que levou a diretoria tomar a atitude.

"Existe a CLT para todo tipo de empregado e existe um regime diferente para atletas. Isso começa desde a forma de rescisão de contrato. Um funcionário comum, quando é demitido, precisamos pagar 40% de multa do salário. No caso de contrato pré-determinado, se o jogador foi mandado embora, recebe o contrato inteiro. Existe diferenças que beneficiam os atletas. O Andrés Sanchez colocou isso porque existiu a ação do Paulo André, que pediu parte de descanso semanal remunerado. Você joga num domingo e depois na quarta-feira, na segunda-feira existe a recuperação, algum tratamento, o pós-jogo. E não existe essa folga. Foi isso que o Paulo André pediu", disse Duílio.

"Como você pode jogar com frequência e ainda pedir uma folga, no mundo do futebol não existe. Teve também uma outra ação do Maicon, que era do São Paulo e hoje está no Grêmio. E o que o Andrés colocou foi isso para a Globo e CBF. Os clubes hoje, jogando dessa forma, tem um passivo muito grande e a possibilidade de uma ação trabalhista em cima disso. Nos posicionamos para que não tenha esse tipo de problema no futuro. Não é uma coisa devida. Pagamos quando foi algo justo. Foi feito um acordo com o Paulo André e ele vai receber porque era um direito dele, mas também teve reclamação de hora extra. Esse tipo de coisa não cabe no futebol. Como nós não comandamos dia de jogos e horários, é um problema que os clubes passam a ter agora, já que alguns atletas tiveram ganho dessa causa. Acho que seria o caso de uma mudança de legislação, isso não fica claro lá. Paulo André esteve no clube há seis meses, eu estava presente numa conversa com o Andrés Sanchez. Fizemos um acordo com ele e essa parte ficou de lado, ele entende que foi um erro. Colocou para nós que foi na época por não ter recebido outra coisa e o advogado quis colocar tudo. Corinthians acertou com ele e isso ficou para lá", explicou.

Também convidado da live, o lateral Fagner, que não chegou a atuar com o ex-zagueiro, se posicionou sobre o assunto. Para ele, quando a pessoa decide em se tornar atleta profissional, precisa entender que a rotina é diferente das demais profissões.

"Até comentei isso com minha esposa, o futebol sempre foi de quarta e de domingo, não vou contra e nem a favor de ninguém. Não tem como mudar algo que sempre foi assim. Nós jogadores somos privilegiados. Esse tipo de ação não convém. Meu filho hoje, que está começando a jogar futebol, ele sabe que não vai ter feriado, não vai ter descanso, não vai ter essa rotina de uma pessoa normal. Por outro lado ele pode, em 20 anos, resolver a vida da família inteira dele e fazer aquilo que ele gosta. A gente sabe que todo mundo chega lá", afirmou.

"O jogador que está no profissional sabe que isso é um profissional, vai jogar quarta a noite, ficar uma semana toda, ficar concentrado no sábado a noite... Não tem como ser atleta de alto rendimento e querer ir para o barzinho com sua esposa na sexta ou sábado a noite. Essa foi a profissão que escolhi. Quando eu me aposentar eu faço o que quiser, vou ter a vida que eu quiser. No futebol é assim que funciona, não adianta querer mudar da noite para o dia. O Brasil se acostumou com isso, o futebol é paixão nacional, todo mundo sente falta do futebol. É difícil mudar tudo de uma hora para a outra", completou o lateral corinthiano.

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