Hoje selecionável e entre os melhores da Europa, zagueiro foi surpresa de Tite na lista do Mundial
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Por Andrew Sousa
88 minutos divididos em quatro aparições. Isso era o que o zagueiro Felipe tinha com a camisa do Corinthians antes do embarque para a disputa do Mundial do Japão, que tem final reprisada neste domingo, às 16h, na Globo de São Paulo.
Pelas poucas oportunidades, nem o próprio jogador se via na lista final de Tite para a disputa da competição do outro lado do planeta. Naquela temporada, inclusive, o comandante já tinha conversado com o garoto, destacando a necessidade de mais experiência - um empréstimo ao Flamengo chegou a ser cogitado.
Uma série de fatores, porém, fez com que o treinador surpreendesse, levando o jovem defensor no elenco que seria campeão contra o Chelsea. Com apenas 23 anos, então, Felipe colocou o título importante no seu curto currículo.
O que disse Tite
Já na reta final de 2012, Felipe precisou substituir Wallace diante do Bahia. O atleta agradou e ganhou força na briga pela vaga do Mundial também por um efeito cascata: sem reserva para Ralf, Tite levou o zagueiro Anderson Polga para fazer a função de volante, abrindo uma vaga no setor defensivo.
"O Felipe cresceu muito. Com a possibilidade de usar o Polga na primeira função e o (Guilherme) Andrade tendo bom desempenho, na esquerda, na direita e como volante, tenho a opção do Felipe como zagueiro", explicou o comandante na época.
O que disse Felipe
Antes da aparição contra o time nordestino, Felipe tinha enormes chances de ser emprestado para ganhar rodagem. Tudo mudou com a boa atuação na oportunidade que teve, transformando-o em opção até mesmo para a maior competição daquele ano.
"Mudou tudo porque ele precisou de mim no último instante. Fiquei muito desanimado quando o Tite veio conversar comigo e disse que eu precisava ganhar experiência, era novo, tinha muito a aprender. Eu já tinha na cabeça que seria emprestado. Mas depois desse jogo ele veio me dizer que eu estava preparado, e ele iria me utilizar. Vi que tudo estava dando certo", disse ao GloboEsporte.com após o título do Mundial.
O futuro deu razão a Tite
A ida para o Japão foi só o início de uma trajetória brilhante. Pouco utilizado nas duas temporadas seguintes, Felipe enfim se firmou em 2015. Em outro nível, o defensor mostrou toda a evolução esperada por Tite e foi peça chave na conquista do Brasileirão daquele ano, fazendo dupla com Gil.
“A participação de Tite na evolução do meu futebol é total, 100%. Estou colocando em prática o que ele me falou”, destacou o defensor, na sua primeira convocação, em 2016.
Do Timão para o mundo (de novo)
Depois de conquistar o mundo com a camisa do Corinthians, Felipe deixou o clube para escrever sua história em outros cantos do planeta. Primeiro, foi ao Porto, de Portugal, onde rapidamente se firmou e despertou interesse de grandes equipes.
Com quase três anos de alto nível no país, fechou com o Atlético de Madrid no início da atual temporada e novamente correspondeu. Com poucos jogos, já ganhou a torcida e foi eleito recentemente como melhor contratação do clube nos últimos anos.
Saldo positivo e vontade de voltar
Depois de tanto tempo lutando por seu espaço, Felipe deixou saudades na torcida. São 116 jogos, com oito gols marcados e os títulos do Mundial (2012), da Recopa Sul-Americana e do Paulista (2013) e do Brasileirão (2015). E essa história pode não ter acabado.
"O Corinthians eu tenho traçado que, quando eu tiver quase parando, eu possa voltar. Ainda ter lenha para queimar para atuar em um clube do coração que eu goste. É um clube que eu acatei como meu guerreiro mesmo", afirmou ele ao Esporte Interativo, no fim do ano passado.