Relatório de banco destaca 'desastre financeiro' do Corinthians e critica excesso de contratações
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Por Meu Timão
Nesta terça-feira, o Itaú BBA divulgou seu relatório anual sobre as finanças dos clubes brasileiros e apontou um cenário bastante preocupante para o Corinthians, após déficit histórico de R$ 177 milhões registrado na temporada passada.
De acordo com o documento apresentado pela instituição, o clube alvinegro "vive um roteiro típico daqueles filmes de catástrofe: tudo está bem quando tudo está bem. Daí, no ano em que não há vendas relevantes de atletas, pronto, a situação desanda" - veja o texto na íntegra abaixo.
Essa relação está diretamente relacionada ao ano "financeiramente desastroso de 2019". Apesar do banco ter destacado que as receitas com publicidades melhoraram, os problemas seguem nos Custos e Despesas, que estão "em ritmo alucinante", obrigando a diretoria corinthiana a apostar em vendas de atletas. E foi justamente isso que aconteceu nesta temporada.
Em 2020, o Timão já arrecadou cerca de R$ 142 milhões em transferências e conseguiu um superavit de R$ 36 milhões no futebol.
Cabe destacar que o relatório também criticou a ineficiência da diretoria em contratações e disse que a situação do Corinthians no fim deste ano seguirá complicada, "pois o ano iniciou com dívidas elevadas, e o esforço necessário para o reequilíbrio será brutal, e acabará se arrastando por alguns anos".
Veja abaixo o que o Itaú disse sobre o Corinthians
"Desastre à vista"
Não podemos dourar a pílula: o ano de 2019 foi desastroso para o Corinthians sob o ponto-de-vista financeiro. E não foi um acaso nem o primeiro da série.
Ainda há problemas nas receitas, mas atualmente esta é uma questão menor. Ainda que o clube não alcance toda a bilheteria, ela está sendo usada para manter o estádio. A publicidade melhorou a já atinge níveis mais próximos ao potencial do clube. A TV é das maiores do Brasil. Ou seja, o problema está nos Custos e Despesas, que seguem crescendo em ritmo alucinante. E isto força o clube a buscar solução na venda de atletas. E este é um roteiro típico daqueles filmes de catástrofe: tudo está bem quando tudo está bem. Daí, no ano em que não há vendas relevantes de atletas, pronto, a situação desanda.
No caso do Corinthians o problema se agrava porque os custos não param de crescer, porque o Social drena caixa do futebol, e porque o futebol é incapaz de obter eficiência nas contratações, vide o investimento de R$ 91 milhões sem sucesso esportivo relevante em 2019.
Com isso o que resta é o aumento do endividamento, atrasos, renegociações. Problemas. E para piorar, no meio de uma pandemia. Importante ressaltar que não é um problema que começou agora, mas a deterioração vem se intensificando há alguns anos.
Por mais que reduza custos e consiga fazer venda de atletas, a situação ao final do ano será complicada, pois o ano iniciou com dívidas elevadas, e o esforço necessário para o reequilíbrio será brutal, e acabará se arrastando por alguns anos.
Este é o ponto: não dá mais para repetir que “o futebol é diferente”. Não é. Algum momento a conta chega, salgada e sem crédito no cartão. O resultado nesses casos costuma ser mais que ter que lavar pratos, e os exemplos estão na frente de todos. O cuidado é justamente não se transformar em sinônimo de exemplo ruim.