O Ministério Público Federal (MPF) pediu autorização da Justiça para abrir inquérito de apuração sobre um suposto pagamento de propina do Corinthians ao juiz Leonardo Safi de Melo, da 21ª Vara Cível Federal em São Paulo. A informação é do jornal O Estado de São Paulo.

De acordo com o relatório obtido pela reportagem, investiga-se um possível pagamento de propina do clube para obter um levantamento de alvará em 2018. O pedido foi incluído nos autos da denúncia apresentada pela Procuradoria contra o juiz, que é investigado por corrupção passiva, peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Os procuradores deram o nome de "Caso Corinthians" para o processo, que é apenas um dos quase 20 que foram encontrados indícios de atuação de uma organização criminosa, comandada pelo juiz, para venda de decisões e sentenças na Vara Federal.

Segundo a denúncia, quatro pessoas ligadas ao Corinthians foram ouvidas no inquérito inicial: Juliano Di Pietro, advogado contratado pelo clube, Fábio Souza Trubilhano, diretor jurídico do Corinthians, Andrés Sanchez, presidente, e Alexandre Husni, vice-presidente. Todos os quatro confirmaram ter recebido pedidos de propina por parte do juiz, mas apenas Husni admitiu o pagamento em troca do levantamento de débitos tributários da agremiação. O valor teria sido de R$ 566.638,05, pago em 27 de junho de 2018 em troca do alvará.

O lado do Corinthians

Após a divulgação da notícia, o Corinthians emitiu uma nota oficial sobre o caso. Segundo o clube, o processo teve desfecho desfavorável para o Timão. "O Corinthians ou seus representantes jamais cometeram qualquer ilicitude e não compactuam com qualquer ato de corrupção", esclarece o clube.

Por fim, a nota esclarece que os valores assumidos por Alexandre Husni, vice-presidente, são referentes ao processo do seu escritório movido contra os Correios - veja o texto abaixo.

"O Sport Club Corinthians Paulista, através de sua Diretoria, esclarece que sobre os fatos veiculados e que envolvem a denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o juiz federal Leonardo Safi de Melo, todos os esclarecimentos foram prestados perante à Policia Federal, confirmando a solicitação de vantagem indevida. Ademais, jamais se aceitou ou anuiu com essa solicitação.

Esclareça-se, ainda, que o processo que tramitava sob a jurisdição desse Magistrado teve desfecho desfavorável ao pretendido pelo clube, o que foi alvo de recurso. O Corinthians ou seus representantes jamais cometeram qualquer ilicitude e não compactuam com qualquer ato de corrupção.

E, por fim, esclareça-se que o depoimento do Vice-Presidente, Alexandre Husni, de que valores foram entregues aos servidores públicos investigados, se refere a processo de seu escritório movido contra os correios, sendo importante destacar que tal processo não tem relação alguma com o Clube. O SCCP reafirma seu repúdio à conduta dos servidores públicos envolvidos nesses crimes e se colocou inteiramente à disposição das autoridades para a efetiva apuração do ocorrido".

Nota de redação: a matéria foi corrigida após a publicação por conta de um erro de digitação na palavra desfavorável.

Veja mais em: Andrés Sanchez e Diretoria do Corinthians.